Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, enfrenta uma interdição de cinco meses de acesso a recintos desportivos, apurou o PÚBLICO, depois de o Juízo Local de Pequena Criminalidade do Porto ter decidido, esta terça-feira, confirmar uma decisão da Autoridade de Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCV). Em causa estão situações de “prática de actos de incitamento à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância”, bem como “arremesso de objectos” e ainda uma outra de “envergamento de vestuário que incite à violência ou intolerância nos espectáculos desportivos”.

Esta decisão da autoridade criada especificamente para combater actos de violência em eventos desportivos, datada de 17 de Setembro de 2021, não termina na aplicação da interdição ao líder do grupo organizado, atribuindo também uma multa de 2600 euros a Madureira pelos comportamentos nestas partidas de futebol.

O líder da claque portista diz ao PÚBLICO que vai recorrer novamente da decisão, desta feita para o Tribunal da Relação do Porto.

Em causa estão incidentes ocorridos em 2018, 2019 e 2020. Num destes casos, Madureira foi punido por ter usado uma camisola com a inscrição “F*ck 5LB”, que as autoridades consideraram ser de carácter ofensivo e atingir directamente o rival Benfica.

Um dos outros incidentes ocorreu após um empate a duas bolas frente ao Rio Ave: os jogadores do FC Porto foram contestados pelos adeptos e Fernando Madureira, visivelmente exaltado, lançou as camisolas em direcção aos jogadores treinados por Sérgio Conceição, que tinham ido pedir desculpa às claques portistas pelo mau resultado.

Há um outro caso que aconteceu no Estádio D. Afonso Henriques: nessa partida, FC Porto e Vitória de Guimarães empataram num jogo sem golos. Por último, o caso ocorrido em 2020, diz respeito a um clássico frente ao Benfica no Estádio do Dragão.