Jaime Serra e o fim de uma geração
Com os seus mais de 100 anos, a idade do PCP, Serra esteve em tudo, mesmo naquilo em que o PCP não se lembra, como devia, do seu papel.
Com a morte de Jaime Serra (e Carlos Costa) fechou-se um ciclo da história política em Portugal associada ao PCP (Carlos Brito é de uma geração mais nova), a do período mais duro da clandestinidade, do isolamento gerado pela Guerra Fria no início dos anos 50, e da sua ultrapassagem nos anos entre a candidatura de Delgado e os primeiros anos 60. Os quadros formados nesta época conheceram as “anos horríveis” do regime da ditadura, o efeito do XX Congresso do PCUS, o “furacão” Delgado, as grandes fugas, a radicalização das lutas na década de 60, a emergência do esquerdismo, a invasão da Checoslováquia, a contestação à Guerra Colonial, e a luta armada. Somemos ainda o 25 de Abril, o poder do PCP nos anos do PREC, e depois a queda da URSS, a decadência do partido e, por fim, o esboço dos anos portugueses entre o PS e o PSD.
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