Ministro do Ensino Superior pede “integração saudável e solidária” de estudantes

Manuel Heitor diz que “qualquer tentativa de ataque a uma instituição de ensino é um ataque perpetuado ao futuro comum, contra a aprendizagem, o conhecimento e o pensamento livre e crítico, assim como o futuro das novas gerações”.

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LUSA/JOSÉ COELHO

O ministro do Ensino Superior apelou esta sexta-feira a dirigentes de universidades e institutos politécnicos e de associações estudantis que “assumam uma posição activa na integração saudável e solidária” dos alunos.

O apelo de Manuel Heitor, numa carta dirigida a toda a comunidade académica do ensino superior e divulgada à imprensa, surge depois de um estudante universitário de 18 anos ter hoje ficado em prisão preventiva por suspeita de planear um ataque à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Segundo o ministro, “qualquer tentativa de ataque a uma instituição de ensino é um ataque perpetuado ao futuro comum, contra a aprendizagem, o conhecimento e o pensamento livre e crítico, assim como o futuro das novas gerações”.

Na missiva titulada “Manter a segurança colectiva no ensino superior. Uma aposta na solidariedade”, Manuel Heitor pede que se evite e contrarie “qualquer tipo de iniciativas restritivas da participação colectiva dos estudantes nas instituições”.

“Se temos de repudiar e combater de forma clara todas as manifestações de violência ou insegurança, temos também de apelar para um esforço colectivo para o reforço da nossa vida comum em qualidade e segurança”, afirmou, defendendo “iniciativas que promovam a segurança colectiva, a liberdade de pensamento e a emancipação dos jovens estudantes do ensino superior, estimulando a sua aprendizagem para serem cada vez mais alegres e tolerantes”.

“Se formos mais solidários, estaremos mais seguros, e a melhor forma de prevenir é partilhar”, assinalou o titular da pasta do Ensino Superior.

De acordo com fonte oficial do tribunal, o estudante universitário ficou indiciado pelos crimes de terrorismo e detenção de arma proibida, com a juíza de instrução a decidir pela medida de privação da liberdade devido a “fortes indícios de existir a continuação da actividade criminosa e da perturbação da tranquilidade pública”.

A PJ anunciou a detenção do jovem na quinta-feira, num comunicado com o título “Impedida acção terrorista”, no qual mencionava que a operação foi desencadeada “por suspeitas de atentado dirigido a estudantes universitários da Universidade de Lisboa”.

Fonte ligada ao processo disse à Lusa que o alerta foi dado pelo FBI, unidade de polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e que o ataque estava previsto para hoje.

Segundo o comunicado da PJ, foram apreendidos “vastos elementos de prova, que confirmariam as suspeitas iniciais”, incluindo armas, outros artigos “susceptíveis de serem usados na prática de crimes violentos” e “um plano escrito com os detalhes da acção criminal a desencadear”.