As legítimas suspeitas sobre o negócio da nacionalidade

Permitir que as dúvidas sobre a nacionalidade de sefarditas permaneçam pode ser bom para alimentar a opulência das entidades certificadoras, mas não interessa aos que merecem a justiça da reparação histórica.

No final do ano passado, logo a seguir à notícia de que Roman Abramovich era português ao abrigo da lei da nacionalidade para os judeus de origem sefardita, a Comunidade Israelita do Porto insurgiu-se contra um “ruidoso grupo de anti-semitas” que se revelava na forma como o caso foi “noticiado e comentado”. A gravidade, e sensibilidade, da insinuação implica uma justificação do PÚBLICO sobre a atenção que tem concedido a este processo. Que é simples e fácil de entender: num Estado de direito democrático é dever dos jornalistas escrutinarem a aplicação das leis, principalmente quando em causa está um bem com uma transcendente importância como o direito à nacionalidade.

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