Conselho Nacional do PSD pode decidir no dia 19 calendário eleitoral interno

O calendário eleitoral não é unânime, há quem defenda um processo mais longo, de reflexão e outros querem um novo líder já em Abril.

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Rui Rio disse esperar que questão da nova liderança esteja resolvida até ao Verão Daniel Rocha

O Conselho Nacional do PSD, que se vai reunir no dia 19 de Fevereiro em Barcelos (Braga), poderá já estabelecer um calendário para eleições directas e Congresso, mas pode também remeter para outra reunião a aprovação desse processo.

De acordo com a convocatória da reunião, publicada esta quarta-feira no Povo Livre (o órgão oficial do PSD), o segundo ponto da ordem de trabalhos da reunião é o seguinte: “análise dos resultados das eleições legislativas e da situação política e decisão sobre processo eleitoral para os órgãos nacionais do partido”.

Na semana passada, no final da reunião da Comissão Política Nacional do PSD, Rui Rio confirmou que irá deixar a presidência do partido e remeteu para o Conselho Nacional a marcação a data das próximas directas, manifestando vontade de sair, no máximo, até ao início de Julho.

A convocatória divulgada permite, segundo fonte da direcção explicou à Lusa, dois cenários: ou os conselheiros consideram razoável este prazo avançado pelo presidente do partido e só numa nova reunião do Conselho Nacional votariam um calendário; ou é entendido que o processo de substituição de Rui Rio deve ser mais rápido e ficará já estabelecida em Barcelos a baliza temporal das directas e do Congresso, cabendo depois à direcção fazer um cronograma completo a partir da decisão.

Numa altura em que ainda não há qualquer candidato assumido à liderança do PSD, o calendário eleitoral não é unânime, com algumas figuras do partido a defenderem um processo mais longo, de reflexão - e até com um Congresso prévio às directas -, e outras estruturas a preferirem um calendário mais rápido, que permitisse ao partido ter um novo líder em Abril e Congresso em Maio.

“Acho que o razoável é o partido resolver este assunto no primeiro semestre, até ao início de Julho. Se quiserem antecipar ainda mais pode-se antecipar ainda mais”, afirmou Rui Rio, na passada quinta-feira.

Fonte da direcção esclareceu nessa altura que a direcção não iria levar qualquer proposta de calendário à reunião de Barcelos, mas outros conselheiros poderiam fazê-lo.

A ordem de trabalhos do Conselho Nacional de 19 de Fevereiro, marcado para as 16h, no Auditório São Bento Meni, em Barcelos, tem ainda um primeiro ponto, destinado a aprovar o orçamento do PSD para 2022 e a fazer a repartição das receitas pelas instâncias do partido.

De acordo com os resultados provisórios das legislativas de domingo (e que ainda não incluem os quatro deputados eleitos pela emigração), o PSD conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76 deputados e cerca de 29% do total dos votos somando os valores obtidos nas coligações de que fez parte na Madeira e dos Açores.

Ainda assim, quando se somarem os deputados da emigração, o PSD deverá ficar abaixo dos 79 que tem actualmente e ficou a quase 14 pontos percentuais do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.

Na noite de domingo, Rui Rio já tinha aberto a porta à saída da liderança do PSD, cargo que ocupa desde Janeiro de 2018, caso se viesse a confirmar a maioria absoluta do PS nestas eleições legislativas (o que aconteceu), considerando que dificilmente seria útil nessa conjuntura.