A Alfa Romeo tem pela frente o mesmo desafio que a maioria das marcas e ainda o extra de ter de manter a sua veia desportiva, o que coloca alguns emblemas face a sérios problemas e em busca de soluções tecnológicas que permitam caminhar em direcção à electrificação sem perderem as credenciais dinâmicas que os caracterizam. Mas a marca italiana, cuja história remonta a 1910 e que integra hoje o conglomerado Stellantis, garante ter conseguido um bom compromisso com o Tonale, revelado globalmente esta terça-feira.
Com 4,53m de comprimento, o Tonale é uma alternativa premium a propostas alemãs como Audi Q3, Mercedes GLA e BMW X1/X2. E o SUV do segmento C, diz a marca, “assinala a metamorfose” pela qual a Alfa Romeo está a passar e “representa uma evolução radical” em termos de conectividade e electrificação. Uma das novidades é o facto de o Tonale chegar equipado com um certificado digital NFT (non-fungible token), que, baseado na tecnologia blockchain, certifica o automóvel no momento da compra. A Alfa Romeo espera com isto obter “grandes benefícios em termos de protecção do valor residual”.
A conectividade vai assentar num novo sistema de infoentretenimento, assente em dois ecrãs TFT num total de 22,5’’, que, além de ser apresentado como mais reactivo, pode incluir actualizações Over-the-Air e integração com o assistente Amazon Alexa. Além disso, o Tonale promete incluir segurança de primeira classe, integrando sistemas de condução autónoma de nível 2, sem descurar aspectos como o conforto.
No capítulo da electrificação, no qual o objectivo passa por “reinventar a desportividade para o século XXI”, o Tonale irá ser proposto numa versão híbrida e noutra híbrida plug-in com tracção integral. A primeira, de 160cv, recorre a um sistema de propulsão híbrido de 48 Volts, com 15 kW de potência e 55 Nm de binário, capaz de transmitir potência às rodas mesmo quando o motor de combustão interna de 1,5 litros a gasolina é desligado. Já a segunda, que espera poder reclamar 80 quilómetros de autonomia eléctrica em circuito urbano, é proposta com 275cv, conjugando, dessa forma, potência a eficiência.
No entanto, a Alfa Romeo, apesar de estar a desbravar o caminho da electrificação, ainda não está pronta para abandonar as mecânicas térmicas. Assim, no catálogo haverá um novo motor Diesel de 1,6 litros e 130cv, com 320 Nm de binário, acoplado à transmissão automática de dupla embraiagem TCT da Alfa Romeo de 6 velocidades e com tracção dianteira.
No design, a Alfa Romeo foi fiel ao protótipo e integra no Tonale pontos que apresenta como de referência para a restante gama: jantes de cinco orifícios, painel de instrumentos do tipo telescópico, volante desportivo de três raios e faróis em forma de curva sinusoidal.
Os faróis dianteiros, com matriz adaptativa Full-LED, garantem as luzes diurnas, os indicadores dinâmicos de mudança de direcção e a funcionalidade de boas-vindas e de despedida, mantendo a iluminação por algum tempo após o carro ser desligado. Além disso, permitem que os médios se adaptem automaticamente as condições exteriores e gere os máximos para que não haja risco de encandeamento. Já no interior, respira-se desportividade, nos apontamentos em alumínio e nos revestimentos em couro e alcântara, com os comandos voltados para o condutor para que este não precise de desviar os olhos da estrada. Para os restantes passageiros, a marca garante que a experiência se pautará pelo conforto.
Porém, uma das novidades que mais interessará aos clientes Alfa Romeo é a política da marca em derrubar o estigma da fraca fiabilidade, aumentando o tempo de garantia de fábrica dos principais componentes do automóvel para cinco anos. Para as baterias das mecânicas híbridas, a garantia é de oito anos ou 150 mil quilómetros.