Ataque à Vodafone afectou a rede multibanco por causa do 4G

A SIBS, dona da rede multibanco, é cliente da Vodafone. Ao início da tarde ainda há caixas de levantamento de dinheiro que registam problemas.

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Os ATM da SIBS têm como rede de interligação o serviço de dados móveis da Vodafone Fábio Augusto

A rede de caixas automáticas do multibanco, operada pela SIBS, está a registar problemas de funcionamento desde segunda-feira à noite por causa do ciberataque à Vodafone Portugal, da qual a operadora de pagamentos é cliente.

Ao início da tarde desta terça-feira ainda há caixas que se encontram indisponíveis. Os ecrãs estão ligados, mas quando se insere o cartão bancário na ranhura, surge a indicação: “Não é possível concretizar a operação. Dirija-se a outro multibanco”. Nos ATM Express também aparece a mensagem a pedir ao utilizador para se dirigir a outra máquina automática.

Numa conferência de imprensa convocada para o final da manhã desta terça-feira, o presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, confirmou que a SIBS é sua cliente e explicou porque é que alguns utilizadores das caixas de pagamento e levantamento de dinheiro encontraram as máquinas automáticas indisponíveis.

“A rede de ATM [da SIBS] está suportada na rede da Vodafone. Alguns dos ATM têm como rede de interligação a rede móvel de dados [4G], a tal que esteve indisponível até perto da meia-noite. Quando começámos a ligar os dados em 3G, esses ATM recuperaram, mas vários clientes tiveram a experiência de encontrar ATM não disponíveis por causa da suspensão de serviços da rede Vodafone durante aquele período”, afirmou o gestor.

Através de um esclarecimento divulgado nesta terça-feira, a SIBS confirmava, pouco antes, que a partir das 21h50 de segunda-feira se registara “um constrangimento no fornecimento de parte das comunicações de suporte” aos serviços da empresa e referia que, nalguns casos, a falha provocara uma “instabilidade pontual” aos utilizadores.

A empresa detida pelos principais bancos a operar em Portugal disse ser alheia ao problema, que se deve ao fornecimento das comunicações que servem de suporte aos seus serviços. O grupo esclareceu que a operadora de telecomunicações em causa estava desde ontem “a intervir para encontrar uma solução de modo que todos os seus serviços fiquem operacionais e estabilizados com a maior brevidade possível”.

No comunicado, a SIBS optou por não identificar que se tratava da Vodafone. Mas, sendo público que a empresa foi alvo de um ataque malicioso, a própria operadora de telecomunicações veio explicar o que se estava a passar com o seu cliente.

Na conferência de imprensa, o líder da Vodafone explicou que o problema estava a ser resolvido de forma temporária com a ligação do 3G, estando a empresa a tentar solucionar a situação. “A instabilidade relacionada com a capacidade do 3G mantém-se, pese embora tenhamos com a SIBS um serviço protector de disponibilidade de comunicações que minimiza os impactos, mas eles existiram e não estão totalmente resolvidos. A dependência da rede de dados 4G para a sua total função é crítica e é essa a nossa prioridade máxima”, disse Mário Vaz.

No comunicado, a SIBS dizia que, até ao momento, “a generalidade dos serviços” que a empresa presta “continua a funcionar e a verificar os níveis de utilização habitual”. Ao mesmo tempo, dizia que, “apesar de ser uma situação alheia à SIBS”, lamentava “qualquer impacto” que a falha pudesse estar a causar aos seus utilizadores.

Além de operar a rede multibanco, a SIBS gere a ATM Express, que, tal como o multibanco, permite fazer levantamentos, e opera a conhecida aplicação para telemóveis MB Way, que permite realizar transferências, pedir e enviar dinheiro a contactos que tenham a mesma aplicação.

A SIBS é controlada pelos principais bancos do mercado português, como a CGD, o BCP, o Santander Totta, o BPI, o Novo Banco, o BBVA, o Montepio, a Caixa Central de Crédito Agrícola, o BNP Paribas, o Abanca, o BIC e o Best.

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