O líder FC Porto fez o que lhe competia e venceu neste domingo o Arouca por 2-0, garantindo que, independentemente do que acontecesse no jogo entre Sporting e Famalicão, receberia os “leões”, na próxima jornada da I Liga, com, pelo menos uma vantagem de seis pontos para o seu mais directo perseguidor.

Numa partida que não foi fácil para a equipa de Sérgio Conceição, a vitória só foi garantida no segundo tempo e graças, primeiro, a um momento de genialidade de Vitinha, e, logo depois, num lance de bola parada bem concluído por Mbemba. No intervalo de dois minutos, os portistas marcaram dois golos e resolveram a partida.

A partida não foi fácil para o FC Porto muito por mérito do Arouca, que, até ao momento de génio de Vitinha, jogou de forma organizada e, acima de tudo, sem medo de disputar o jogo, não se remetendo exclusivamente à defesa nem tendo uma atitude passiva. Pelo contrário, a equipa de Armando Evangelista procurou sempre pressionar o seu adversário o mais longe da sua baliza possível. E com um meio-campo muito forte na pressão, sem receio do choque ou de recorrer à falta, dificultou ao máximo o processo de construção dos “azuis e brancos”.

Se juntarmos a este cenário um relvado em muito mau estado, irregular e e muito “solto”, tornou-se difícil para os portistas, por um lado, terem tempo para dominarem a bola e, por outro, jogarem de forma veloz e ao primeiro toque.

Num FC Porto em que o regresso de Pepe ao “onze” — ele que não jogava há quase dois meses, por lesão — foi a grande surpresa, Evanilson e Pepê procuravam fazer esquecer a ausência de Luis Díaz, mas sentia-se a falta de alguém que fosse capaz de criar desequilíbrios junto à área adversária, como o colombiano vinha sendo capaz de fazer esta temporada.

E foi preciso esperar pelo segundo tempo, sem que o FC Porto tivesse criado muitos problemas ao guarda-redes Víctor Braga até esse momento, para que, num lance individual, o jogo inclinasse para o lado dos portistas. Vitinha, mais uma vez um dos melhores entre os “azuis e brancos”, num lance de inspiração, rematou de forma indefensável à entrada da área do Arouca e inaugurou o marcador.

Estava feito o mais difícil, e o FC Porto “matou” o jogo na jogada seguinte, aproveitando de forma exímia um lance de bola parada, com Mbemba a surgir ao segundo poste e a cabecear para o 2-0.

A única má notícia para o FC Porto foi mesmo a lesão do guarda-redes Diogo Costa. Com o jogo resolvido e num lance aparentemente inócuo, o dono da baliza portista saltou para agarrar uma bola cruzada para a área mas caiu desamparado no relvado, lesionando-se com gravidade e tendo tido mesmo necessidade de sair de campo imobilizado e em maca.

Com o triunfo em Arouca, campo onde nunca perdeu, o FC Porto de Sérgio Conceição entrou também para a história. Isto porque somou 16 vitórias seguidas na I Liga, o que significa que igualou a marca de André Villas-Boas, que constitui o melhor registo na história portista. Coincidência ou não, a série vitoriosa começou, precisamente, após o empate com os “leões”, em Alvalade, e pode ser prolongada, fixando um novo recorde em caso de triunfo sobre o Sporting, na próxima ronda.