Hen”: novo pronome neutro deverá entrar nos dicionários noruegueses

Hen” pode ser utilizado em alternativa ao feminino “hun” ou ao masculino “han”. Espera-se que o novo pronome neutro entre nos dicionários noruegueses na Primavera ou no Outono.

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"Hen" vai ser incluído no dicionário norueguês na Primavera ou no Outono Reuters/BERNADETT SZABO

“They” ("eles”, originalmente) foi introduzido no dicionário norte-americano Merriam-Webster como pronome singular neutro em 2019. “Iel” junção de “il” ("ele") e “elle” ("ela") chegou ao dicionário francês Le Petit Robert em 2021. Agora espera-se que seja a vez de a Noruega introduzir o pronome não binário “hen” na língua oficial, para ser utilizado em alternativa ao feminino “hun” e ao masculino “han”. E, segundo o Conselho de Línguas do país, o mais certo é que tal aconteça já esta Primavera ou no Outono.

Incluir ou não um pronome neutro já havia sido discutido na comunidade linguística e gramatical norueguesa, mas a conclusão era sempre a mesma – não espelhava os padrões de discurso. Argumento que não se verificou nas últimas discussões. “Ao longo do tempo, vimos que o uso de ‘hen' aumentou e estabilizou”, revelou o representante do conselho, Daniel Ims, à imprensa norueguesa.

Com ou sem reconhecimento nos dicionários, a verdade é que “hen” não é o único pronome neutro norueguês que está a ser utilizado actualmente. Nos últimos anos, alguns noruegueses não binários têm vindo a adaptar a utilização no singular do inglês “they” (eles), recorrendo ao equivalente norueguês “de”.

“Há cem anos, era normal utilizar o singular ‘de’ para se dirigir a pessoas de nível superior”, afirma ao The Guardian Carl-Oscar Vik. O jovem não-binário de 18 anos tem vindo a fazer experiências com pronomes ao longo do último ano e, embora não se importe de utilizar “hen”, sente-se mais confortável com “de. “Em última análise, é apenas uma questão de preferência”, admite.

Para Vik, a decisão de reconhecer “hen” como pronome funciona também como forma de aumentar a visibilidade das pessoas não binárias na esfera pública. “Penso que uma pessoa normal na rua não conhece ninguém que se identifique como não binário”, revelou, acrescentando que espera que o novo pronome funcione como primeiro passo para o reconhecimento legal do terceiro género.

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