Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau fecha atendimento ao público hoje

Decisão surge no dia seguinte a uma tentativa de golpe de Estado.

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Vários tiros foram ouvidos na terça-feira perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros António Amaral/Lusa

A embaixada de Portugal na Guiné-Bissau fechou esta quarta-feira o atendimento ao público, aconselhando os portugueses com actos consulares agendados para esperarem pelos próximos dias, e encaminhando os casos urgentes para a chancelaria.

“A Embaixada de Portugal informa que o atendimento ao público da Secção Consular se encontra encerrado durante o dia de hoje (02/02/2022)”, lê-se no site da embaixada, que acrescenta que os casos urgentes “deverão dirigir-se à Chancelaria desta Missão Diplomática”.

Os restantes utentes “com actos consulares agendados para os dias 1 e 2 de Fevereiro, deverão dirigir-se à Secção Consular nos próximos dias, fazendo-se acompanhar do seu comprovativo de agendamento”, conclui a nota, que não apresenta uma razão para o fecho.

Vários tiros foram ouvidos na terça-feira perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17h20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício.

A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela CEDEAO, pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por Portugal, São Tomé e Príncipe, Angola ou Espanha, entre outros países.

Em declarações aos jornalistas, no Palácio da Presidência, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló afirmou ter-se tratado de um “acto bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga”.

O ataque provou pelo menos seis mortos e quatro feridos, segundo fontes militares e médicas.

Fontes militares também confirmaram à Lusa que várias pessoas foram detidas.