Tom Brady, o melhor de sempre no futebol americano, anuncia fim da carreira

O “quarterback” venceu por sete vezes o Super Bowl e ainda antes de deixar a modalidade já se tinha tornado uma lenda.

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Tom Brady Reuters/USA Today Sports

Primeiro foram os rumores, que se vinham adensando nos últimos tempos; depois foi o anúncio feito pela própria Liga Norte-americana de Futebol (NFL) no final do mês passado e nesta terça-feira foi a confirmação feita pelo próprio. Tom Brady anunciou que vai mesmo colocar um ponto final na sua carreira após 22 temporadas.

“Foi uma viagem emocionante, muito para além da imaginação, recheada de altos e baixos” disse o “quarterback” de 44 anos no seu adeus ao desporto em que se notabilizou e que não será a mesma coisa sem ele.

Com seis títulos de campeão conquistados pelos New England Patriots, onde passou 20 anos, e mais um ganho ao serviço dos Tampa Bay Buccaners, clube pelo qual assinou em 2020 e o último emblema que representou, Brady despede-se da NFL como um mito. E este estatuto assenta, em grande medida, nos registos e recordes que foi capaz de alcançar ao longo da sua carreira.

Para além de ser o jogador com mais campeonatos ganhos, o norte-americano foi o único a vencer o “Super Bowl”, a final do campeonato de futebol americano, em três décadas diferentes — e, para além dos sete títulos, Brady participou no total em dez finais.

Para se perceber a influência de Tom Brady na modalidade, basta dizer que ele sozinho tem mais Super Bowl ganhos do que qualquer equipa, para além de ter sido eleito cinco vezes o jogador mais valiosos (MVP) da final, também um recorde.

E tudo começou em 2000, ano em que Brady foi o 199.º jogador seleccionado no draft, cerimónia na qual as equipas recrutam os jogadores que se destacaram no campeonato universitário. Cada draft tem sete rondas e, naquele ano, foram escolhidos 254, portanto, não eram muitas as expectativas que recaíam sobre o rapaz escolhido apenas na sexta e penúltima ronda, da Universidade de Michigan, e que o treinador Bill Belichick escolheu para suplente.

Uma placagem mais violenta que originou uma hemorragia interna ao então “quarterback” titular dos Patriots, Drew Bledsoe, em Setembro de 2001, foi a oportunidade que ele precisava e que Brady não desperdiçou.

Apesar de uma carreira de um jogador da NFL durar, em média, pouco mais de três anos, Tom Brady manteve-se no topo 22 anos. Tudo graças ao profissionalismo com que sempre encarou a modalidade (muito semelhante à de Cristiano Ronaldo no futebol). Brady desenvolveu mesmo um método de treino próprio para além de cumprir um estilo de vida rigoroso, que partilhou no livro TB12 Method.

Tudo isto levou-o a ser eleito três vezes MVP da temporada regular e duas vezes Jogador Ofensivo do Ano na NFL. Foi também indicado 15 vezes para o Pro Bowl (jogo das estrelas da NFL) e seis vezes para o All Pro (termo usado para formar uma “selecção da temporada”).

Mas há mais, muitos mais recordes: Brady é o recordista de passes para ‘touchdown’ (707); de mais jardas aéreas na carreira: 84.520; de mais passes completos na carreira: 7263; e acumula 243 vitórias, ainda que o seu último jogo na NFL tenha sido a derrota dos Buccaners com os Los Angeles Rams (30-27), nas meias-finais de conferência, dia 24 de Janeiro.

Por tudo isto, Tom Brady é um dos maiores ícones desportivos da actualidade, comparável a Cristiano Ronaldo, a LeBron James ou a Lewis Hamilton. E iguala-se a estes “monstros” também nos rendimentos que aufere (salário, contratos publicitários e lucros de empresas detidas por si): em 22 anos de NFL ele embolsou qualquer coisa como 450 milhões de dólares (cerca de 402 milhões de euros).

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