“Não procuro uma casa de graça. Só um sítio para os meus filhos que possa pagar”

Os centros de alojamento temporário apoiados pela Segurança Social são provisórios, mas a pandemia trouxe mais pedidos e mais prolongados. Mães com filhos têm mais dificuldade em encontrar casa. Há quem fique mais de um ano por falta de alternativa. Chegar à habitação social é quase impossível, comentam especialistas. “Estou há sete anos neste centro e zero foram encaminhadas para casas camarárias”, diz um director.

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Aos 27 anos e com dois filhos, Helena Costa foi despejada, em Maio de 2020, da casa onde vivia no Barreiro.
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Em geral, a esmagadora maioria dos utentes dos centros de alojamento temporário apoiados pela Segurança Social são mulheres

Quando os colegas da escola de Emília, cinco anos, fazem festas de aniversário, por vezes convidam os outros para irem às suas casas. Mas Emília não pode convidar ninguém a ir ao centro de alojamento temporário onde vive. “Não pode porque não tem onde. Eu digo: ‘não podes receber amigos mas aquilo é casa, não estás na rua e não faz de ti diferente dos outros”, diz-nos a mãe, Helena Costa. “Mas é muito doloroso”, acrescenta, a chorar.

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