Muitos “casos covid” em enfermarias e cuidados intensivos estão internados por outras doenças

Relatórios diários da Direcção-Geral da Saúde não retratam a verdadeira dimensão dos casos que chegam aos hospitais por causa da covid-19. Há muitos pacientes internados em alas dedicadas à doença, mas que foram hospitalizados por outras patologias.

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No maior hospital do Porto, o São João, o número de internados em enfermarias dedicadas a covid-19 quase triplicou em menos de um mês Manuel Roberto

O número de doentes internados em enfermarias dedicadas a covid-19 está a aumentar de forma expressiva nas últimas semanas, os hospitais estão já sob pressão devido aos constrangimentos causados pela logística que a separação de circuitos envolve, mas a gravidade dos pacientes não tem comparação com a de vagas anteriores. E uma parte substancial são pessoas que não foram internadas por causa desta doença, mas sim por outras patologias, porque foram vítimas de acidentes, ou porque iam ser operadas e se percebeu que estavam infectadas com SARS-CoV-2 à entrada quando fizeram teste, explicam médicos de vários hospitais do país ouvidos pelo PÚBLICO. Mesmo nas unidades de cuidados intensivos (UCI), uma parte dos pacientes em estado grave não está ali por estar doente com covid, mas por outros motivos, referem.

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