Da esquerda à direita, as cores dos partidos nas legislativas, por concelho, retratam bem a representação política em Portugal. Podemos verificar factos curiosos clicando nos concelhos, alguns não mudaram de cor desde o início da democracia e outros atravessaram o espectro na sua totalidade. Confira o seu.
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Partidos/coligações: AD — Aliança Democrática (PPD/PSD, CDS e PPM — Partido Popular Monárquico); APU — Aliança Povo Unido (PCP — Partido Comunista Português, Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral); CDS-PP — Centro Democrático Social Partido Popular; CDU — Coligação Democrática Unitária (PCP e PEV Partido Ecologista "Os Verdes"); FRS — Frente Republicana e Socialista (PS Partido Socialista, União de Esquerda Socialista Democrática e Acção Social-Democrata Independente); PRD (Partido Renovador Democrático); PPD/PSD (Partido Social-Democrata); PàF Aliança PPD/PSD e CDS-PP
Primeiros-ministros
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Entre 1975 e 2015, a abstenção em eleições para a Assembleia da República octuplicou. A 25 de Abril de 1975 registou-se o nível mais elevado de participação, quando votar era um direito recém-conquistado após 48 anos de ditadura. Nas eleições para a Constituinte, a assembleia que ia redigir e aprovar a Constituição, os abstencionistas foram pouco mais de 526 mil.
Como se dividiram os eleitores nas legislativas desde 1975
Percentagens calculadas a partir do total de pessoas recenseadas
Desde então, a curva da abstenção foi sempre ascendente. Nas legislativas de 1976 ultrapassou-se o milhão de abstencionistas, em 1985 chegámos aos dois milhões, e dez anos depois, na ida às urnas de 1995, atingiram-se os três milhões.
Abstenção e participação
Há mais pessoas recenseadas mas menos pessoas a ir votar
Já neste século, em 2011, foi superada a marca de 4 milhões de eleitores que não votaram. Nas legislativas de 2015, foram 4.273.748 – mais de 4,2 milhões – os abstencionistas.
Evolução da participação eleitoral em Portugal
Distritos do interior perderam nove deputados entre 1991 e 2019
Comparação do número de deputados por círculo eleitoral
5 ou menos
6-10
11-15
16-20
21 ou mais
1991
5 ou menos
6-10
11-15
16-20
21 ou mais
AÇORES
MADEIRA
EUROPA
FORA DA EUROPA
8
2
2
5
5
4
16
50
10
10
10
5
4
9
14
37
16
6
4
6
4
3
2022
5 ou menos
6-10
11-15
16-20
21 ou mais
AÇORES
MADEIRA
EUROPA
FORA DA EUROPA
9
2
2
5
6
3
18
48
9
10
9
4
3
8
16
40
19
5
3
6
3
2
Primeiras legislativas com mais de dez milhões de recenseados
Nas eleições de 6 de Outubro de 2019, estavam recenseados mais de dez milhões de eleitores, dos quais quase 1,5 milhões eram residentes no estrangeiro. Destes, 892 mil inscritos no círculo da Europa e 582 mil no círculo de fora da Europa.
Este número-recorde deve-se a uma alteração de procedimentos que possibilita o recenseamento automático através do cartão de cidadão dos portugueses que vivem emigrados.
Comparando os dados desde 1990, há uma linha ascendente quanto aos recenseados. Há 29 anos, 8,4 milhões portugueses eram cidadãos eleitores, dos quais 169.346 residiam no estrangeiro. Em 1996, o número de recenseados ultrapassou a fasquia de nove milhões.
Um país a duas cores
Resultados por distrito nas legislativas
PS
PPD-PSD
PCP-PEV
CDS-PP AD
Dez partidos em 15 legislaturas
Em 15 legislaturas, contando o ano de trabalho da Assembleia Constituinte, que redigiu e aprovou a Constituição da República Portuguesa, foram dez os partidos que tiveram assento no hemiciclo de São Bento.
PS, PSD, CDS e PCP – nas suas variadas formas de APU (Aliança Povo Unido) a CDU (Coligação Democrática Unitária, PCP/PEV) – são as formações políticas que estão representadas no Parlamento desde 25 de Abril de 1975.
Contudo, naquele ano surgiu a Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM), próxima do CDS, que na Constituinte obteve 1622 votos e elegeu, pelo território de Macau, pela primeira e única vez, o deputado Diamantino de Oliveira Ferreira.
Um ano depois, nas legislativas de 1976, a União Democrática Popular (UDP) é a primeira organização de extrema-esquerda a entrar em São Bento, repetindo o único deputado em 1979 e 1980.
Representação parlamentar desde 1975
PS
PSD
PCP
BE
CDS-PP
PRD
PAN
PEV
IL
Chega
Livre
*Deputados eleitos pelos respectivos partidos à data das eleições
A meio daquela década, o Partido Renovador Democrático (PRD), inspirado nos ideais políticos e de comportamento do general António dos Santos Ramalho Eanes, então Presidente da República a terminar o seu segundo mandato em Belém, irrompe na cena política. Em 1985, o PRD elege 45 deputados, mas, dois anos depois, em eleições antecipadas, fica pela eleição de sete parlamentares.
Na mudança para a década de 90 do século passado, aparece, em 1991, o Partido da Solidariedade Nacional (PSN), que elege como deputado o professor e pedagogo do desporto Manuel Sérgio. Esta plataforma de apoio aos aposentados conseguiu 96.096 votos.
Em 1999, surge nova alteração na tradicional composição da Assembleia da República com a eleição de dois deputados do Bloco de Esquerda, que resultou da integração da UDP, de recorte maoísta, dos trotskistas do Partido Socialista Revolucionário, de Francisco Louçã, e da Política XXI, de Miguel Portas, que saíra do PCP. Os seus primeiros dois deputados foram eleitos pelo círculo de Lisboa, e Louçã manteve-se em São Bento até à 12.ª legislatura.
Nas legislativas de 2015, o PAN (Pessoas, Animais e Natureza) entra com um único deputado, André Silva, que se senta entre o PS e o PSD no hemiciclo. Nas eleições de 2019, foi a vez de Livre, Iniciativa Liberal e Chega a conquistarem uma representação parlamentar, todos com um deputado.
Mulheres no Parlamento já representam um terço do total dos deputados
Partidos com pelo menos um deputado do sexo feminino, em % do total, por partido político com assento parlamentar
Evolução do número de mulheres no Parlamento