Jornalistas optaram pela continuidade na CCPJ numas eleições com uma abstenção de 85,8%
A participação resumiu-se a 768 eleitores dos 5409 que poderiam votar nas eleições para escolher os membros representantes dos jornalistas no plenário da Comissão da Carteira Profissional.
Há nova composição no plenário da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (CCPJ), para o triénio de 2022-25, que configura uma continuidade dos últimos três anos, já que a lista vencedora é composta por Jacinto Godinho (RTP), Anabela Natário (jornalista freelancer), Miguel Alexandre Ganhão (Correio da Manhã) e Isabel Magalhães (RTP). Os primeiros três já exerceram a função entre 2018 e 2021 e a última, que substitui Marina Pimentel, da Rádio Renascença, na representação dos jornalistas, já integrava o plenário pelos membros designados pelos operadores do sector.
A lista A recebeu 631 votos (82,16%), enquanto a lista B (Tânia Laranjo e Magali Pinto, do Correio da Manhã, Luís Pedro Sousa, do Record, e Carlos Rodrigues Lima, da revista Sábado) somou 120 votos (15,62%). Foram contabilizados 17 votos em branco.
As eleições ficam marcadas por uma elevada abstenção: não votaram 85,8% dos 5409 eleitores, ou seja, todos os profissionais com carteira profissional de jornalista, válida à data da convocatória (19 de Novembro). Estagiários, colaboradores (incluindo comunidades portuguesas), imprensa estrangeira e equiparados não votam.
A votação poderia ser feita presencialmente, nas instalações da CCPJ, em Lisboa, ou online, tendo a maioria preferido a última modalidade.
Já a presidência do plenário, assumida nos últimos três anos por Leonete Botelho, jornalista do PÚBLICO — e que fez história ao ser a primeira mulher e a primeira pessoa a trabalhar como jornalista com essa função —, é feita por cooptação, incindindo obrigatoriamente sobre alguém com formação jurídica. Para já, desconhece-se se haverá continuidade ou se o lugar será ocupado por um novo elemento.
A CCPJ, como se explica na página da instituição na Internet, “é um organismo independente de direito público ao qual incumbe assegurar o funcionamento do sistema de acreditação profissional dos jornalistas, equiparados a jornalistas, correspondentes e colaboradores da área informativa dos órgãos de comunicação social, bem como o cumprimento dos respectivos deveres profissionais”.