Costa reafirma aos lesados do Banif “empenho” na recuperação das poupanças

Solução para a recuperação da totalidade ou de parte das poupanças tem sofrido sucessivos atrasos.

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Em causa mais de dois mil antigos clientes do Banif que subscreveram produtos de risco alegadamente sem que lhes tenha sido dada essa informação (foto de arquivo) LUSA/Gregório Cunha

O secretário-geral do PS, António Costa, encontrou-se com membros da Associação dos Lesados do Banif (ALBOA), no Funchal, esta terça-feira, tendo reafirmado “o seu empenhamento na procura de uma solução” para a recuperação das suas poupanças. A deslocação de António Costa à ilha da Madeira foi feita no âmbito da campanha eleitoral.

“O primeiro-ministro, António Costa, reafirmou o seu empenhamento na procura de uma solução para os lesados do Banif, prometendo que os trabalhos da comissão oficial criada para o efeito serão tão céleres quanto possível”, avança a associação em comunicado.

A ALBOA diz ainda que “não pode deixar de se congratular com as declarações do primeiro-ministro, esperando assim que a referida comissão - que engloba representantes do Banco de Portugal, da Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários, entre outros - retome brevemente os seus trabalhos e acelere a solução esperada”.

Em causa mais de dois mil antigos clientes do Banif que subscreveram produtos de risco alegadamente sem que lhes tenha sido dada essa informação, envolvendo entre 200 a 250 milhões de euros. No caso de ex-clientes do BES está em causa cerca de 160 milhões de euros.

A solução para que os lesados do Banif e uma parte de lesados do BES, essencialmente emigrantes, está em curso há longos meses, tendo acelerado um pouco no final de 2021 e será semelhante à que permitiu aos lesados do papel comercial do último banco recuperarem uma boa parte do dinheiro aplicado.

“O Governo promoveu a constituição de um grupo de trabalho com o Banco de Portugal e a CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários], com o objectivo de analisar e de procurar dar resposta às questões relacionadas com as perdas sofridas pelos clientes com produtos do BES e do Banif, em particular aqueles residentes nas regiões autónomas, África do Sul e Venezuela”, anunciou, em Agosto do ano passado, o gabinete do ministro das Finanças.

Em declarações recentes ao PÚBLICO, Nuno Vieira, advogado da ALBOA, explicou que a solução, permitida por uma lei da Assembleia da República após a resolução do BES, está a ser montada para os antigos clientes do Banif e outros clientes do BES. Consiste numa antecipação, por parte do Estado, de parte das poupanças, e a recuperação da restante parte através da recuperação de créditos e outras acções, adiantou.

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