Companhias aéreas dos EUA alertam para “crise” criada pelo 5G

Companhias aéreas norte-americanas avisam que 5G pode interferir com os instrumentos usados nos aviões. Problema é específico dos EUA, garante a Agência Europeia para a Segurança da Aviação.

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Num dia como o de ontem, "mais de 1100 voos e 100 mil passageiros ficariam sujeitos a cancelamentos, desvios ou atrasos”, dizem as companhias EPA/JIM LO SCALZO

Com a expansão do 5G em curso, os líderes das principais companhias aéreas norte-americanas lançaram um alerta em relação ao que dizem poder ser uma “crise catastrófica” provocada pela nova tecnologia no funcionamento do sector nos EUA.

Numa carta enviada à Casa Branca e às entidades reguladoras norte-americanas, os presidentes executivos das companhias American Airlines, Delta Air Lines, United Airlines, Southwest Airlines e Jet Blue, para além dos serviços de transportes UPS e FedEx, avisam que a nova tecnologia 5G pode, se for usada com as frequências adoptadas nos EUA e perto de aeroportos, interferir com instrumentos como os altímetros, que medem a distância a que um avião está do solo e que são essenciais, por exemplo, para facilitar aterragens quando as condições atmosféricas são mais difíceis.

Para evitar estes riscos, defendem, seria necessário suspender uma grande quantidade de voos, o que poderia conduzir a uma “crise catastrófica” no sector. “Num dia como o de ontem, mais de 1100 voos e 100 mil passageiros ficariam sujeitos a cancelamentos, desvios ou atrasos”, exemplificam na carta.

O problema, dizem, está no facto de ter sido atribuída à tecnologia 5G nos EUA uma frequência que fica próxima da usada pelos aviões em instrumentos como os altímetros. A pedido das companhias aéreas, as empresas de telecomunicações adiaram no início deste ano, e durante 15 dias, a implementação da tecnologia 5G junto dos aeroportos, mas essa suspensão está agora a chegar ao fim.

Na Europa e noutros países asiáticos este problema não tem vindo a ser colocado, o que se deve ao facto de a frequência atribuída à nova tecnologia estar mais distante das utilizadas pelo sector aéreo, reduzindo fortemente o potencial para a ocorrência de interferências.

No passado dia 17 de Dezembro, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação defendeu que este é um problema específico dos EUA e que, “nesta fase, não foi identificado qualquer risco de interferência insegura na Europa”.

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