Sporting sem desconforto em Vizela
“Leões” entram na segunda volta a ganhar sobre a formação minhota por 0-2. Pedro Gonçalves voltou aos golos depois de nove jogos sem marcar.
A derrota nos Açores deixou o Sporting desconfortável e numa posição a que já não estava habituado, a de ter de olhar para cima na classificação. Mais do que a derrota, admitiu Rúben Amorim, foi a falta de intensidade frente ao Santa Clara que deixou o técnico com más sensações. E esse era o primeiro objectivo dos “leões” nesta viagem ao Minho, o de recuperar essa identidade, e, de caminho, voltar às vitórias na I Liga. Esse duplo propósito foi plenamente cumprido neste domingo, com um triunfo por 0-2 sobre o Vizela no início da segunda volta, com níveis de intensidade e concentração na medida certa.
Com esta vitória, os “leões” chegaram aos 47 pontos, garantindo que, no mínimo, não iriam perder terreno para o líder FC Porto nesta jornada, e abrindo uma vantagem de seis pontos para o Benfica. Quanto ao Vizela, ainda não foi desta que conseguiu ganhar ou empatar com o Sporting - oito derrotas em outros tantos jogos - e não foi na recepção ao campeão que conseguiu alterar a sua condição de aflito na classificação, podendo terminar a jornada em zona de despromoção.
Álvaro Pacheco sabia bem o que tinha de fazer para contrariar o Sporting. Dificultar ao máximo o processo de construção dos “leões” a partir de trás, impedindo a ligação com o meio-campo. Os seus avançados foram incansáveis a fechar as rotas de circulação da bola nos primeiros minutos, obrigando a muitos lançamentos longos que raramente tinham direcção. E quando conseguiam roubar a bola, os vizelenses criavam perigo. Logo aos 7’, Francis Cann teve um remate de longa distância que obrigou Adán a empenhar-se.
A estratégia do Vizela funcionou enquanto o Sporting não se reposicionou em campo, baixando Bragança para mais perto da defesa e Pedro Gonçalves para o meio-campo. Quando isso aconteceu, os “leões” ganharam conforto no jogo para serem mais fiéis à sua identidade e assumiram o controlo sem nunca o cederem.
O Sporting já estava por cima no jogo quando chegou ao primeiro golo. Paulinho ganhou uma bola em zona adiantada do terreno, deu em Sarabia e o espanhol, de primeira, encaminhou-a para Pedro Gonçalves. Também de primeira, o médio “leonino” rematou sem muita potência, mas com toda a pontaria e fez o 0-1, um regresso aos golos para o melhor marcador do campeonato na época passada depois de nove jogos de “seca”.
Logo a seguir ao golo de “Pote”, Paulinho teve logo a hipótese de fazer o 0-2, mas o guardião Pedro Silva foi rápido a fazer a mancha ao ponta-de-lança minhoto. O segundo golo não demorou muito mais. Aos 42’, a bola passou Esgaio, Sarabia e Nuno Santos antes de chegar a Daniel Bragança, que teve um remate colocado a sofrer um ligeiro desvio num defesa adversário antes de entrar na baliza do Vizela.
Não se pode dizer que o Sporting tenha entrado imediatamente em modo gestão. Na segunda parte teve múltiplas oportunidades para fazer mais golos – “Pote” aos 50’ e aos 52’, Esgaio aos 56’ e Sarabia aos 87’ – mas a intensidade foi diminuindo, sem nunca ter desaparecido e sem nunca dar grande margem ao Vizela para reagir e tirar alguma coisa do jogo. E o Sporting saiu do Minho confortável com a sua identidade recuperada. E com um “Pote” que se reencontrou com os golos.