Alto Minho quer identificar perfil dos turistas nos próximos quatro anos
A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, composta por dez municípios, viu renovada, por mais quatro anos, a Carta Europeia de Turismo Sustentável, reconhecimento europeu que oferece critérios de sustentabilidade para o trabalho em áreas protegidas. Conhecer o perfil dos turistas está entre os desígnios do próximo plano de acção.
A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, composta pelos municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponta da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira, quer identificar o perfil dos turistas que visitam o território.
A caracterização dos visitantes é um dos objectivos do plano de acção para o quadriénio 2021-2024 integrado na Carta Europeia de Turismo Sustentável (CETS), certificação atribuída à CIM pela Federação Europeia de Parques Nacionais e Naturais desde 2015 e renovada recentemente para os próximos quatro anos.
Actualmente, a CETS reconhece 28 áreas protegidas e classificadas nos dez concelhos do Alto Minho, algumas das quais estabeleceram-se como destinos de turismo de natureza no país nos últimos 20 anos. Ao PÚBLICO, o presidente da CIM do Alto Minho, Manoel Batista, lembra que “em 1999 e em 2000 foram criadas as Paisagens Protegidas do Corno do Bico, em Paredes de Coura, e as Lagoas de Bertiandos e São Pedro d’Arcos, em Ponte de Lima”, espaços naturais que considera “de grande valia ambiental que passaram a constituir uma mais-valia do território”. Nos últimos cinco anos recorda que “foi criado o Geoparque Litoral de Viana do Castelo com 13 geossítios declarados Monumentos Naturais Locais”, estando ainda em vias de declaração “uma nova Paisagem Protegida Regional de carácter intermunicipal na Serra d’Arga”, zona onde está prevista a atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de lítio, a qual tem motivado o protesto de autarcas e população.
Sobre o CETS, o também presidente da Câmara de Melgaço (PS) explica que o reconhecimento tem facilitado, entre outros, “a promoção do desenvolvimento sustentável da actividade turística no território e a construção, entre as entidades públicas e privadas, de uma visão comum no que respeita ao desenvolvimento do turismo natureza”. O investimento para responder ao conjunto de acções previstas na CETS já chegou aos “cerca de 23 milhões de euros”. Grande parte da verba serviu para a “criação de novos trilhos de pedestrianismo e cicloturismo, transversais a todo o território, numa rede que conta hoje com 1645 quilómetros”, a qual faz do Alto Minho “um destino nacional de cycling e walking”.
O presidente da CIM garante que o investimento contribuiu para um aumento do número de hóspedes e dormidas, “na ordem dos 74% e 68% respectivamente”, o qual foi interrompido nos últimos dois anos de modo “abrupto”, em virtude da pandemia da Covid-19. A próxima intenção passa por “caracterizar o perfil dos visitantes”, sabendo, reafirma Manoel Batista, que “o turismo em espaço rural e o turismo de natureza são um produto com futuro”.