Os gatos de Istambul, “essência da cidade”, passeiam-se pela RTP2
Uma “carta de amor aos gatos e à cidade, ambos a transformarem-se de maneira imprevisível”. “Gatos” acompanha sete felinos e mostra a sua relação com Istambul, cidade dos gatos. Pelo caminho, eles são também sete excelentes guias para descobrir outros caminhos. Esta terça-feira na RTP2, depois para ver no RTP Play.
“Os gatos são reis em Istambul. Não se dão a ninguém e dão-se a todos. A realizadora turca Ceyda Torun sabe-o bem”, escrevia Andreia Marques Pereira na Fugas a propósito do filme que Torun dedica aos “reis” da sua cidade natal. A viver em Los Angeles, a realizadora sentia-lhes a falta e decidiu passar uns meses em Istambul a filmar os seus gatos, que naturalmente estão por todo o lado, e a relação próxima da cidade e das suas gentes com os felinos. A RTP 2 transmite nesta terça-feira o filme, Gatos (Kedi, no original), a partir das 23h33, e também pode ser visto depois no RTP Play.
O documentário estreou-se há cerca de cinco anos e serviu precisamente como pretexto para mais uma viagem da Fugas a Istambul, desta feita a reportagem em que “miau” é a resposta mais dada pelos “entrevistados”.
No filme, Torun escolheu sete gatos que são reis e senhores e também servem de guias para nos mostrarem a vida real de Istambul. Uma “carta de amor aos gatos e à cidade, ambos a transformarem-se de maneira imprevisível”, lia-se na apresentação do filme.
A câmara segue-os “por entre barcos, ruelas, becos, buracos, armazéns, cafés e esplanadas, mercados de peixe, casas, ruas tranquilas marginadas de árvores — eles são Aslan Parçasi, Bengú, Deniz, Duman, Gamsiz, Psikopat e Sari, todos têm nome, alguns têm os seus humanos preferidos”, apontava-se na Fugas.
“Não concebo a cidade sem gatos, parece-me vazia”, diz-se no doc, perante a ameaça de “limpeza” de Istambul, que “já não consegue acomodá-los a todos”. Eles, sublinha-se, “são a essência da cidade”.
GATOS - SPOT from Alambique Filmes on Vimeo.
O filme permite também, “à boleia deles”, uma descoberta da Istambul que nem sempre se encontra nos roteiros turísticos.
"Um filme que é um gato. Não conheço outro”, escreveu Miguel Esteves Cardoso, aquando da estreia do documentário.
Embora não seja uma das “personagens” do filme, recorde-se que Istambul tinha uma das gatas mais famosas do país (e do mundo): chamavam-lhe até rainha, ou imperatriz, da Hagia Sophia. Gli, de seu nome, era a gata milhões de vezes filmada e fotografada que tinha no monumento a sua casa. Gli morreu em Novembro de 2020 mas a sua memória perdura em muitas criações.