Irlanda estabelece preço mínimo de venda para bebidas alcoólicas
Valor mínimo de venda de álcool imposto na Irlanda desde a semana passada eleva preço de uma garrafa de vinho a 7,4 euros
A República da Irlanda tem em vigor, desde 4 de Janeiro, nova legislação que estabelece um preço unitário mínimo sobre o álcool das bebidas vendidas ao público nas lojas e supermercados.
O preço mínimo de venda de bebidas alcoólicas – regulamentação existente também no Canadá e na Escócia, recorda a imprensa especializada britânica – estabelece a cobrança de 10 cêntimos de euro por cada grama de álcool de bebidas vendidas na distribuição e comércio tradicional desde a semana passada.
De outra forma, e segundo a lei, o preço unitário mínimo é de um euro por cada “bebida padrão”, que na Irlanda contém 10 gramas de álcool. Contas feitas, isso coloca o preço de venda de uma garrafa de 75 cl de vinho de 12,5% de álcool (medido por percentagem de álcool por volume, ou abv na sigla inglesa) a um montante mínimo de 7,40 euros (já que contém 7,4 “bebidas padrão”).
Já uma garrafa de uma bebida destilada que tenha um teor alcoólico de 40% (como alguns vodkas, whiskies e runs) não deverá ficar abaixo de 20,70 euros. E uma lata de cerveja (de 50 cl) não custará menos de 1,70 euros.
Na sexta posição da lista dos 10 maiores consumidores de álcool do mundo per capita da Organização Mundial de Saúde (dados de 2019), a Irlanda pretende inverter, ou pelo menos combater, as estatísticas.
E embora a lista da OMS aponte que o consumo seja de 12 litros per capita (medidos em álcool puro) no último ano pré-pandémico e a contabilidade do país aponte para 11 litros per capita, as autoridades irlandesas reconhecem que esse volume não desce desde 2015 – e representa, convém contextualizar, o equivalente a 116 garrafas de vinho por ano por cada pessoa.
Para Dublin, a nova legislação “irá reduzir as doenças graves e as mortes decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas”, de acordo com as palavras de Stephen Donnelly. O ministro da Saúde da República da Irlanda espera ainda que a medida alivie a pressão sobre os serviços de saúde do país de condições derivadas do consumo de álcool.
Os críticos da medida, contudo, defendem que a alteração não vai reduzir substancialmente o consumo, com a possibilidade de as compras no país passarem a ser feitas do outro lado da fronteira, na Irlanda do Norte.