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Lourdes Castro (1930-2022) em 15 obras
A artista, um dos maiores vultos da arte portuguesa, morreu este sábado, aos 91 anos, no local onde nasceu a 9 de Dezembro de 1930: a ilha da Madeira.
“Eu faço objectos /Eu faço esculturas /Eu faço relevos /Eu colo coisas /Eu colo tudo o que é para deitar fora, /todas as tralhas que já não servem para nada, /velhas coisas usadas, novas, muito novas, /sem graça; /coloco-as umas ao lado das outras, /empilhadas ou seguindo linhas, não sei /quais; espaços em volta ou espaços nenhuns, /cheios. /Pinto tudo a alumínio. /É isto”, proclamou Lourdes Castro, em 1961.
A artista morreu este sábado, aos 91 anos, no local onde nasceu a 9 de Dezembro de 1930: a ilha da Madeira da sua infância e juventude, de onde saiu aos 20 anos e para onde regressou definitivamente em 1983.
Dela se dirá sempre que foi a artista das sombras. Observou-as, coleccionou-as, guardou-as e trabalhou-as de inúmeras formas. Projectou as sombras dos amigos e transformou-as em coloridos recortes de plexiglass, bordou os seus contornos em lençóis, gravou-as, com a ajuda do sol, sobre papel heliográfico e com ele construiu o Grande Herbário de Sombras (1972), editado pela Assírio & Alvim. Depois deu-lhes movimentos e, numa “pintura efémera”, tornou-as vivas no Teatro de Sombras, com Manuel Zimbro. Tudo isto, e muito mais, faz dela uma das mais importantes artistas portuguesas contemporâneas.