O início de um ano é sinónimo de auto-análise e definição de novos objectivos. Por norma, é a altura em que o ser humano se sente convidado a mudar, prometendo, a si mesmo, uma transformação em algum aspecto da vida. Reduzir o consumo de álcool, por exemplo, pode ser uma boa opção para arrancar 2022.
Para consciencializar para a doença hepática alcoólica, fruto do exagerado consumo de álcool, a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) lançou o desafio Janeiro Sem Álcool. A campanha surgiu em 2013 e é, no primeiro mês do ano, vivida simultaneamente em vários países. Em Portugal, é a primeira vez que a iniciativa é divulgada.
Promovida nas redes sociais com o slogan “31 Dias Sem Álcool”, a acção tem como propósito alertar a população para os efeitos do consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Em comunicado, o presidente da APEF, José Presa, reflecte sobre a pertinência de consciencialização da sociedade: “A ingestão excessiva e continuada de álcool traz consequências sérias em termos de saúde, nomeadamente para o fígado, como fígado gordo, hepatite alcoólica e cirrose hepática; ou consequências indirectas como as resultantes por exemplo dos acidentes de viação. Estas situações, quando não tratadas ou prevenidas, lesam gravemente a saúde e podem, até, levar à morte.”
Sublinha, ainda, que os adultos devem pensar na forma como se comportam socialmente e ter noção do perigo de algumas atitudes. A par desse aspecto, devem também advertir os jovens para os possíveis riscos que acarreta o consumo de álcool.
A APEF cita os dados do relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), de 2019, que analisou o consumo de álcool em indivíduos a partir dos 15 anos, concluindo que o número de jovens portugueses que ingere bebidas alcoólicas é elevado. O estudo refere também que os homens consomem mais do que as mulheres – 19,4 litros de puro álcool per capita por ano e 5,6, respectivamente. “A verdade é que é possível viver sem álcool não invalidando que as pessoas não se possam divertir, relaxar ou socializar”, destaca José Presa.
Texto editado por Amanda Ribeiro