No quarto do filho de Cheryl Boyce-Taylor

Não é um livro sobre os A Tribe Called Quest nem sobre a carreira do filho, Phife Dawg, um dos maiores rappers da sua geração. Ou Malik Izaak Taylor, miúdo esperto e reguila de Queens, Nova Iorque. Mama Phife Represents: A Memoir, editado este ano, é o Zuihitsu de uma poeta que não quis escrever um livro triste.

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Talvez que a difícil relação de Phife Dawg e Q-Tip, as duas estrelas dos A Tribe Called Quest (ATCQ), nunca tenha ficado resolvida. O filho (Phife) não chegou a matar o pai, porque o amava. Aliás, quando Phife, em 2008, foi salvo in extremis através do transplante de um rim da própria mulher (Deisha Head-Taylor), uma única SMS de Tip desejando boa sorte para a cirurgia resgata o mais rasgado sorriso que se vê no documentário Beats, Rhymes & Life: The Travels of A Tribe Called Quest, de Michael Rappaport. Cheryl Boyce-Taylor (n. 1950, Trindade e Tobago), mãe de Phife Dawg (1970-2016), poeta premiada e autora do livro Mama Phife Represents: A Memoir, fala do assunto com naturalidade, mas alguma reserva. Prefere recordar o facto de o seu filho e Q-Tip terem ido a tempo de fazer as pazes — e de fazer um álbum (e que álbum, o derradeiro dos Tribe). Recordar é, aliás, a chave de Mama Phife Represents: A Memoir, escrito na fronteira entre o sonho e o pesadelo.

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