Provas de aferição já serão feitas em computador em 2022, mas não por todos

A realização de provas de avaliação externa em computador vai avançar para algumas escolas

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As provas serão feitas por alunos do 2.º, 5.º e 8-º anos daniel Rocha

As provas de aferição de Junho de 2022 já serão realizadas em computador por uma parte dos alunos — ainda estão por definir quais as escolas onde a medida aplicada. Este passo para a chamada “desmaterialização da avaliação externa” foi determinado pelo Ministério da Educação, numa comunicação enviada esta semana ao Instituto de Avaliação Educativa (Iave, responsável pela elaboração e aplicação dos exames e provas finais).

Em 2022, as provas de aferição serão realizadas pelos alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade e abrangerão as disciplinas de Matemática, Estudo do Meio, Ciências Naturais, Português e História e Geografia. As provas de aferição não contam para a nota final dos alunos.

Na nota enviada ao Iave, o ministério especifica que o processo de desmaterialização das provas finais de avaliação “decorrerá de forma gradual durante os próximos anos lectivos”. E que através do “carácter experimental e controlado de cada etapa” será assegurada “a qualidade dos processos e a monitorização das condições de provas e, fundamentalmente, dos desempenhos dos alunos”. Caberá ao Iave definir quais as escolas em que as provas serão feitas em suporte digital.

A passagem da caneta e papel para o computador no que respeita às provas finais está prevista no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), onde se aponta que em 2025 todos os exames sejam já feitos em suporte digital. Para que tal seja possível é necessário assegurar primeiro que as escolas tenham uma rede de ligação à internet de qualidade, em vez da actual, que está frequentemente a cair e muitas vezes nem o acesso garante.

Esta mudança está também prevista no PRR, devendo a capacidade de ligação à Internet, através da chamada Rede Alargada de Educação, que conecta todas as escolas, passar dos actuais 40 gigabits por segundo para 300 ou que cada escola tenha todo o seu espaço coberto com rede Wi-Fi.

Mesmo sem este salto, já houve alguns milhares de alunos que realizam provas em computador. Foi o que sucedeu aos 7604 estudantes do 3, º, 5, º e 9.º anos, de 316 escolas, que este ano realizaram testes de diagnóstico para aferir o impacto da pandemia nas aprendizagens. Também os testes PISA promovidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) foram realizados, em 2018, em suporte digital. Em Portugal participaram 5932 alunos, distribuídos por 276 escolas.

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