Covid-19: incidência, transmissibilidade, mortalidade e internamentos com tendência crescente

País fez quase um milhão de testes na última semana. Variante Ómicron deve ser dominante ainda antes do Natal.

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Dados foram publicados esta sexta-feira Nicolau Botequilha/Arquivo

A pandemia continuou a seguir uma trajectória ascendente em Portugal na última semana, com impacto na incidência, transmissibilidade, mortalidade e ocupação de camas em cuidados intensivos, análise que consta do relatório de monitorização de “linhas vermelhas” divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) esta sexta-feira.

A variante Ómicron, descoberta no final de Novembro, deve tornar-se dominante em Portugal já a partir da próxima semana. Actualmente, a prevalência desta variante é de 12%, mas, com a maior transmissibilidade associada a esta estirpe, os números vão aumentar com a aproximação de natal e Ano Novo, período de maiores contactos familiares. O aviso já tinha sido deixado pela ministra da Saúde, Marta Temido, esta manhã, com previsões de que a prevalência da variante Ómicron possa chegar aos 80% na semana de final de ano.

O mais recente relatório do INSA aponta uma tendência crescente da actividade pandémica, destacando um aumento da pressão nos serviços de saúde e na mortalidade: 62% do valor crítico de camas em unidades de cuidados intensivos estão agora ocupadas. Esta percentagem sobe, assim, 6% no espaço de uma semana. Feitas as contas, das 255 camas definidas como valor crítico para os pacientes mais graves, estão agora ocupadas 158.

Relativamente à incidência, o país registou 547 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, num indicador que, tal como o índice de transmissibilidade (1,07 a nível nacional), está acima do valor limite definido pelo Governo em Março passado. O INSA prevê que a chegada do risco extremo de transmissão (960 casos por 100 mil habitantes) possa chegar daqui a um ou dois meses, caso o ritmo de contágio continue ao mesmo ritmo.

A população com 80 ou mais anos é a faixa etária com menor incidência (158 casos por 100 mil habitantes), estatística que contrasta com os números recolhidos nas crianças até aos 9 anos (788 casos), faixa etária que lidera esta contabilização.

“Nos últimos sete dias, 89% dos casos de infecção por SARS-CoV-2 / COVID-19 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação (na semana passada foi de 88%) e, no mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 62% dos casos”, esclarece também o INSA neste relatório.

A proporção de testes positivos registados em Portugal diminuiu esta semana: a taxa de positividade é agora de 3,1%, menos 0,1% do que há sete dias. Na última semana, Portugal esteve muito próximo de ter registado um milhão de testes (966.468).

Portugal registou mais 24 mortes e 4644 casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2, segundo o boletim divulgado nesta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), referente à totalidade do dia de quinta-feira. Desde o início da pandemia, o país soma 18.741 óbitos atribuídos ao novo coronavírus em 1.215.774 infecções identificadas.

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