Plano de recuperação da Groundforce aguarda decisão sobre recurso de Alfredo Casimiro
Comissão de Trabalhadores reuniu-se com gestores de insolvência e diz que “não é viável” antecipar o plano de recuperação antes da conclusão do diferendo judicial, que deverá ocorrer entre Janeiro e Fevereiro.
A apresentação do plano de recuperação da Groundforce aos credores está dependente de a decisão do recurso contra a insolvência, apresentado pelo anterior presidente e accionista, Alfredo Casimiro, transitar em julgado. Para já, o processo está ainda a ser apreciado no Tribunal da Relação, prevendo-se que haja uma decisão “entre Janeiro e Fevereiro de 2022”.
A informação consta do comunicado enviado esta quarta-feira ao final da tarde pela Comissão de Trabalhadores (CT), na sequência de uma reunião com gestores de insolvência, Bruno Pereira e Pedro Pidwell. De acordo com a CT, “não é viável antecipar o plano [de recuperação] antes da conclusão do diferendo judicial”.
Mesmo assim, no comunicado, os representantes referem que “a solução em cima da mesa para a viabilização” da empresa de assistência em terra nos aeroportos (handling) “assenta na procura de um interessado privado, que pretende adquirir a parte maioritária do capital”, e que, preferencialmente, deve estar ligado ao sector do handling. Até aqui, 50,1% da empresa têm estado nas mãos de Alfredo Casimiro, via Pasogal, cabendo os outros 49,9% ao grupo TAP.
O novo investidor, diz a CT, tem de possuir “capacidade financeira relevante” e impor “o menor esforço possível aos credores”. Sobre os créditos, adianta-se que ainda não se finalizou o processo para apurar o valor oficial em dívida, “uma vez que se tratam de 2800” credores e o processo é “moroso por requerer uma avaliação caso a caso”.
Um os maiores credores é a própria TAP e o valor em causa vai aumentar face ao montante inicial. Isto porque, conforme foi comunicado pela CT no final de Novembro a Groundforce vai recuperar “a titularidade imediata” dos equipamentos, como escadas, autocarros e reboques, cedidos à TAP em Março deste ano em troca de sete milhões de euros, e que serviram para pagar salários em atraso aos trabalhadores.
Em contrapartida, a comissão de credores acabou com acções judiciais contra a TAP que tinham sido colocadas pela anterior administração, cujo objectivo era o de anular o acordo que levou à venda dos equipamentos. O acordo, explicou a CT, “implicará o pagamento, por parte da empresa, de uma compensação à TAP” pelo período em que o negócio esteve em vigor, e que será “integrado nos créditos sobre a insolvência”.