Se o plano da TAP “não for aprovado”, companhia “vai fechar” e país perderá centralidade
Ministro das Infra-estruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, reiterou um alerta que já tinha dado, mas mantém-se confiante que o plano seja aprovado por Bruxelas até ao final do ano.
O ministro das Infra-estruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse hoje que Portugal ficará a perder no sector da aviação caso o plano de restruturação da TAP não seja aprovado por Bruxelas, algo que levará ao fim da companhia, assegurou.
Voltando a manifestar confiança de que o plano esteja aprovado até ao final do ano, o governante alertou que “se a TAP não tiver o plano de reestruturação aprovado vai fechar e Portugal perderá centralidade no negócio da aviação”.
Segundo Pedro Nuno Santos, que falou à margem da apresentação do caderno de encargos para as 117 novas automotoras da CP, em Matosinhos, sem a TAP, o hub (centro de conexão de voos) de Portugal passará a ser em Madrid.
“Estamos a falar na única companhia área a operar em Portugal que tem um hub, que faz viagens intercontinentais entre os Brasil, EUA, África e Portugal e distribui para o resto da Europa”, salientou.
A versão inicial do plano de recuperação da TAP foi entregue há pouco mais de um ano, a 10 de Dezembro de 2020. Na semana passada, o ministro das Finanças, João Leão, afirmou que as conversações entre Lisboa e Bruxelas “têm corrido bem”. “Estamos na fase final e esperamos que o processo possa ficar concluído nas próximas semanas”, adiantou aos jornalistas.
De acordo com o ministro, “na parte financeira, as questões já estão resolvidas, sem alterações significativas face à proposta do Governo”. João Leão disse que a Comissão Europeia exigiu que o Governo avançasse uma fonte de financiamento alternativa para além do dinheiro a injectar pelo Estado, estimado em 3188 milhões de euros e a aplicar entre 2020 e 2022. Deste valor, a TAP já recebeu 1662 milhões (1200 milhões em 2020 e 462 milhões em Maio deste ano).
De resto, e conforme noticiou então o PÚBLICO, explicou as questões que ainda estão em cima da mesa são de uma natureza “mais específica” ligada à operação da empresa, nomeadamente os slots no aeroporto de Lisboa de que a TAP terá de abdicar com base nas orientações da Direcção-Geral de Concorrência.