Saúde visual: prevenir é sempre melhor que remediar

Dosear o uso da visão ao perto, intercalando com pausas frequentes, ajuda a prevenir problemas visuais. Mas, acima de tudo, há que estar atento e procurar ajuda especializada ao mínimo sinal de que algo não está bem.

Foto

Um dos principais erros que se cometem diariamente e que mais condicionam a saúde visual passa por não procurar aconselhamento especializado apesar de surgirem sintomas, nomeadamente, dores de cabeça, visão turva ou alterações da visão, entre outros. É que, apesar de parecer óbvio que perante estes sinais se procure ajuda, a verdade que nem toda a gente o faz, com graves consequências para a saúde ocular, como referiu António Morais, optometrista da Alberto Oculista, durante o webinar “Saúde Ocular – o que estamos a fazer mal?”, promovido pelo Público – Estúdio P, em parceria com a Alberto Oculista, do dia 7 de Dezembro. Nas suas palavras, esse é mesmo “o primeiro erro”, pois: “muitas vezes, sentimos necessidade de fechar os olhos ou de aproximar os objectos para ver melhor, o que são sinais imediatos de que algo está mal e de que é necessário procurar ajuda profissional”, mas “a pessoa não faz nada quanto a isso”. Outros erros passam por comportamentos como “o uso dos terminais de perto, como o computador ou o telemóvel, durante muito tempo consecutivo e, por vezes, com condições de iluminação que não são as mais adequadas ou ver televisão com a luz apagada”, elencou o especialista durante o debate que teve como objectivo chamar a atenção para comportamentos diários que prejudicam a nossa visão, bem como apontar problemas oculares comuns e formas de os prevenir e corrigir.

Quem se identificou com alguns dos erros referidos por António Morais foi Mariana Temudo, influenciadora digital e utilizadora do serviço Óculos 100% à Medida, que reconhece que alguns desses comportamentos podem até ter estado na origem dos problemas visuais que, entretanto, lhe foram diagnosticados, a saber, astigmatismo e miopia. Com efeito, e como sublinhou António Morais, embora alguns problemas tenham uma base genética – são os chamados erros refractivos comuns - “o que a pessoa pode fazer de mal é piorá-los na sua génese”, como no caso da miopia, por exemplo, que “tem uma prevalência grande pelo uso excessivo do perto”. Quanto a patologias como a catarata, a degeneração macular senil, o glaucoma ou as retinopatias, estas “são do foro genético e não há muito que se possa fazer para que esses problemas não apareçam; há, sim, que prevenir de forma a que não ultrapassem limites que depois impeçam o retrocesso”, esclareceu.

Sensibilizar, rastrear e cuidar

Pelo facto de ser embaixadora da Alberto Oculista e figura conhecida do grande público, a actriz Juliana Paes, que também participou no webinar, assumiu que uma das suas preocupações passa por transmitir aos outros a importância de cuidar da saúde visual. Essa é também a missão da Alberto Oculista, como salientou Ana Martins, directora operacional da marca: “Uma das partes mais importantes em qualquer área da saúde é a prevenção, porque se apanharmos alguma coisa antes de acontecer é muito mais fácil tratar, prevenir e recomendar e é isso que a Alberto Oculista tenta fazer, aconselhando sempre os clientes a fazerem uma consulta de dois em dois anos, para garantir que conseguimos actuar antes de haver alguma situação que fique pior, ou seja, prevenir em vez de remediar.” Além disso, referiu que a empresa também aposta em rastreios, nomeadamente em escolas e empresas, com vista a contribuir para uma melhor saúde ocular da população.​

Um dos elementos fundamentais para a realização destes rastreios é o optometrista. Questionado sobre o papel deste profissional de saúde, António Morais explicou que encara o optometrista como “um profissional de cuidados primários de saúde visual”, o qual “consegue avaliar, medir e compensar um problema refractivo, funcional, binocular, e também detectar problemas patológicos com o devido encaminhamento para a Oftalmologia”. Com efeito, no que diz respeito à articulação com esta especialidade médica, sublinhou que -“temos de pensar numa simbiose entre as duas áreas que, no seu conjunto, conseguem fornecer todo o cuidado visual necessário para um paciente”.

O impacto negativo dos ecrãs

Afinal, quanto tempo podemos usar ecrãs por dia sem risco de prejudicar a visão? Segundo António Morais, “o problema não é estar cinco horas à frente do computador, o problema é se essas horas são seguidas, isso é que não convém”. E para proteger a saúde ocular neste contexto sugeriu a chamada regra dos 20-20-20, isto é, “a cada 20 minutos, a pessoa deve parar 20 segundos e olhar para uma distância de 20 pés, que é sensivelmente 6 a 7 metros”. “É extremamente importante esta regra e devia ser usada por todos”, frisou.​

Quem tenta fazer com que os filhos pequenos cumpram esta regra é Juliana Paes, que assume como sendo “muito complicado” gerir os tempos de ecrã dos mais novos. “O que eu tento fazer com as crianças é não deixar que eles fiquem horas a fio com a musculatura do olho vidrada ali”, explicou, mas reconhecendo que nem sempre é fácil.

Uma das soluções para quem tem síndrome da visão de computador – que é o nome que se dá ao problema que resulta do uso excessivo de ecrãs - passa por usar óculos. Segundo Ana Martins, o “ponto número um” a ter em conta nesta situação passa pela utilização de “lentes com tratamento azul, que cortam os reflexos de computadores, telemóveis e tablets”. Além disso, “existem também vários tipos de lentes que permitem um conforto extra para usuários de computador, têm uma pequena adição que faz com que haja um relaxamento dos nossos músculos quando estamos a usar a visão ao perto”, esclareceu, acrescentando que “esse tipo de lentes é cada vez mais procurado”. Disponíveis estão ainda “as lentes intermédias, para conseguir ver bem o computador, o telemóvel e várias distâncias, mas na zona de trabalho”, referiu, reforçando que “o mercado teve de se adaptar e já existem muitas soluções para quem usa muito e constantemente as tecnologias”.

A importância de ter uns óculos personalizados

Um dos serviços inovadores disponíveis em exclusividade na Alberto Oculista é o serviço Óculos 100% à Medida, em que tudo é personalizado, desde as lentes às armações, através de “um software que tira as medidas biométricas da pessoa e mostra logo as melhores opções, sendo possível escolher a frente do óculo, as hastes, a cor e o tipo de material”, descreveu Ana Martins. Juliana Paes, que protagoniza a campanha deste serviço, realça as vantagens do mesmo: “Acho que não é à toa que um produto ganha o prémio de Produto do Ano eleito pelo público.” No seu caso, admite mesmo que os óculos criados inteiramente à sua medida lhe vieram tornar possível algo quase impensável, ou seja, esquecer-se que está a usar óculos. “Essa adaptação à fisionomia é perfeita, é para usarmos mesmo e não acharmos que é uma ferramenta de desconforto”, concluiu.​

Quem também recorreu ao serviço Óculos 100% à medida foi Mariana Temudo, mas para óculos de sol. “Foi a maneira de eu começar a usar mais regularmente óculos de sol”, disse, contando que sentia sempre problemas a conduzir, porque precisava de uns óculos escuros confortáveis e que lhe permitissem ver bem ao longe. “Estes óculos são o ideal, além de serem exactamente como eu queria, ou seja, com a cor das lentes que eu queria e o tamanho, também consigo ver ao longe e com sol”, rematou, confessando que agora até os usa para as fotografias que tira como influenciadora. “São mesmo um acessório que eu utilizo frequentemente”, disse.

António Morais corroborou a importância de se usarem óculos escuros como elemento de protecção da saúde ocular, pois “os ultravioletas são raios que conseguem penetrar na atmosfera e nos tecidos humanos e são extremamente perigosos a médio/longo prazo no sistema visual.

Lentes progressivas ou monofocais?

Uma das dúvidas colocadas por quem estava a assistir ao debate consistiu em perceber o que é importante ter em conta para escolher entre lentes progressivas e monofocais graduadas. Segundo Ana Martins, que é também optometrista, o mais habitual é que se usem lentes monofocais até aos 40 anos de idade, para corrigir situações como miopia, astigmatismo ou hipermetropia. Mas, a partir daquela idade, é normal que surja um outro problema – presbiopia – relacionado com o envelhecimento e nessa altura surge a necessidade de se usarem lentes progressivas, que incluem vários focos, isto é, diversas graduações, adaptadas às necessidades da pessoa para ver ao perto ou ao longe. “A diferença é que, com um só óculo, conseguimos ver bem para todo o lado, são os progressivos, com um óculo para perto temos de estar sempre a pôr e tirar; o nosso aconselhamento é sempre para os progressivos”, destacou.​

Quanto ao problema da adaptação a este tipo de lentes, de que tanto se fala, lembrou que “as lentes são hoje muito melhores e estão cada vez mais precavidas para todo o tipo de situações”. “As coisas estão cada vez mais evoluídas e é muito mais fácil adaptarmo-nos do que antigamente, por isso, não tenham medo de experimentar progressivos. Felizmente, o nosso cérebro adapta-se a tudo e também vai conseguir adaptar-se aos progressivos”, rematou.


(Re)veja o webinar “Saúde ocular: o que estamos a fazer mal?”