Uma ópera de Glass, Gil Vicente e artistas emergentes no primeiro trimestre do CCB
A programação geral da temporada 2021/2022 do CCB — intitulada “Mundos” — foi anunciada em Setembro passado, mas na altura o presidente da fundação, Elísio Summavielle, explicou que, dadas as incertezas associadas à pandemia da covid-19, só seriam apresentados mais detalhes a cada trimestre.
A ópera Orphée, de Philip Glass, é um dos primeiros espectáculos de 2022 do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, abrindo uma programação trimestral que recordará ainda Gil Vicente e acolherá artistas portugueses emergentes.
A programação geral da temporada 2021/2022 do CCB — intitulada “Mundos" — foi anunciada em Setembro passado, mas na altura o presidente da fundação, Elísio Summavielle, explicou que, dadas as incertezas associadas à pandemia da covid-19, só seriam apresentados mais detalhes a cada trimestre.
Revelando esta quinta-feira a programação detalhada de Janeiro a Março, o CCB começará 2022 olhando para Orfeu, “uma das personagens mais marcantes da mitologia grega”, com um concerto da Orquestra Sinfónica Portuguesa (16 de Janeiro) e com a ópera Orphée, do compositor norte-americano Philip Glass (dias 27 e 29 de Janeiro). A ópera conta com encenação do brasileiro Felipe Hirsch, interpretação da Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direcção de Pedro Neves, e com um elenco totalmente português.
Em Janeiro, destaca-se ainda a coreografia Insónia, de Olga Roriz, nos dias 13 e 14, e o concerto protagonizado pelo músico e artista visual Jonathan Uliel Saldanha, a quem o CCB deu carta branca para desenvolver, até ao verão, “uma curadoria para uma série de concertos que envolvem música electrónica e músicos do Uganda, Haiti, Brasil, Turquia, França”. O primeiro concerto será a 29 de Janeiro, com o próprio Jonathan Uliel Saldanha, acompanhado pela trompetista ugandesa Florence Lugemwa e pelo percussionista congolês Sekelembele.
O CCB entrará em Fevereiro sob a influência do dramaturgo Gil Vicente, por conta dos 500 anos da obra As Cortes de Júpiter, o auto que revela a relação do autor com a música. A propósito da data redonda, haverá, por exemplo, um colóquio internacional e uma nova adaptação daquela tragicomédia de Gil Vicente, mas para ópera, com encenação de Ricardo Neves-Neves, participação do pianista Filipe Raposo e do agrupamento La Nave Va do Alma Ensemble.
Ainda em Fevereiro, no espaço “Black Box” haverá dois solos de André e. Teodósio e de Jorge Andrade, e no pequeno auditório um concerto do fadista Zé Maria. Em Março, o CCB acolherá uma mostra de artes performativas, em parceria com o Espaço do Tempo e com o Rua das Gaivotas 6/Teatro Praga, para “dar visibilidade e reconhecimento a artistas emergentes da cena contemporânea portuguesa”. Bruna Carvalho, Joãozinho da Costa, Luara Raio e Silvestre Correia são os artistas presentes nesta mostra.
Em Março a coreógrafa Clara Andermatt apresentará a obra Pantera, e, no teatro, o actor e encenador Tónan Quito e o músico Filipe Melo estreiam Ensaio de Orquestra, inspirado no filme homónimo de Federico Fellini. “No filme, uma orquestra de música clássica encontra-se num oratório para ensaiar, aqui é a Orquestra de Jazz do Hot Club de Portugal e o ponto de encontro é o palco do CCB”, descreve a fundação.
Em Março haverá ainda actuações do pianista Artur Pizarro e do guitarrista Pedro Jóia e o arranque, no dia 17, do ciclo de conferências “Diálogos de Estética”, coordenado pelo filósofo Jacinto Lageira. O ciclo, que abordará temas como o feminismo, a discriminação, a natureza e a ecologia, abrirá com a participação do filósofo francês Jacques Rancière.
Na Fábrica das Artes, o serviço educativo do CCB transversal a várias idades, sobressai o agrupamento Sete Lágrimas, num programa extenso que incluirá uma formação para educadores e professores, conversas e vários concertos com jovens músicos. No mesmo projecto educativo do CCB, destaque também para a adaptação cénica da obra literária História de Babar, o pequeno elefante, pelo grupo Primeiros Sintomas.
Na Garagem Sul, a 8 de Março é inaugurada a exposição “Rádio Antecâmara: Espaços Sonoros”, que se estenderá até Setembro. Com curadoria de Alessia Allegri e Pedro Campos Costa, a exposição tem como foco “um estúdio de gravação que vai acolher em residência a Rádio Antecâmara, uma rádio que emite programas de rádio sobre arquitectura”.