Davide Enia: naufrágio europeu em Lampedusa
Lampedusa é uma ilha em burnout mas também é um porto de abrigo que se oferece na forma de chá quente, dinossauros de trapos violeta ou cruzes de madeira. É a Europa a caminhar para o abismo, conta Davide Enia. Ignorar é acelerar o passo.
Mais próxima de África do que de Itália, Lampedusa entrou para o imaginário colectivo há 20 anos, depois das Primaveras Árabes, quando se tornou o maior símbolo da chamada crise de refugiados. Para o dramaturgo, actor e escritor palermitano Davide Enia, “Lampedusa é casa”. A ilha que fazia parte da sua memória desde a infância, que visitou pela primeira vez na adolescência e onde veio a encontrar um dialecto comum feito de gestos e de silêncio mais do que de palavras. A ilha de onde regressara semanas antes da conversa num hotel de Lisboa. “Eu não estou ali para encontrar nada, só estou ali para perceber quem sou.”
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