Deputada Cristina Rodrigues não se recandidata

Parlamentar eleita pelo PAN, partido de que se desvinculou a meio do mandato, faz balanço positivo do seu trabalho.

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Cristina Rodrigues Rui Gaudêncio

A deputada Cristina Rodrigues, eleita pelo PAN mas que se desvinculou do partido, em Junho de 2020 ficando como deputada não inscrita, anunciou nesta segunda-feira que não será candidata às próximas eleições legislativas.

 Cistina Rodrigues, que diz ter entrado na política “por mero acaso”, mas “com o propósito de defender causas”, faz um balanço positivo do seu mandato.

“Durante os dois anos que fui deputada, mas especialmente neste último, tentei sempre estar próxima das pessoas, ouvir as suas preocupações e usar o cargo que desempenhei para lhes poder dar voz. Julgo que esse foi um desafio conseguido, embora interrompido pela dissolução da Assembleia da República”, referiu a deputada em comunicado.

Cristina Rodrigues, revela ainda que, desde que se tornou não inscrita, submeteu mais de 100 iniciativas e cerca de 200 perguntas e requerimentos.

A deputada destaca ainda como positivas as “alterações feitas ao Código Penal no sentido de incluir a violência patrimonial no crime de violência doméstica, a aprovação do estatuto de vítima para as crianças, a aprovação da lei de Bases do Clima, a alteração ao Código do Trabalho no sentido de aumentar os dias de luto pela perda de um filho”, bem como “no sentido de assegurar o direito à desconexão profissional, e por último, o fim da discriminação na dádiva de sangue”.

Por outro lado, a parlamentar lamenta que “a iniciativa que previa o aumento do prazo de prescrição para denunciar crimes de abuso sexual de crianças, apesar de aprovada na generalidade não ter conseguido fazer o restante processo legislativo, tendo caducado com a dissolução da Assembleia da República”. 

Ao nível das recomendações aprovadas, para Cristina Rodrigues “foram muito importantes as relativas à melhoria da educação sexual nas escolas, a criação de quartos ou alas específicas em caso de perda gestacional e as medidas de combate à pobreza menstrual que prevêem a distribuição gratuita de produtos menstruais em escolas, universidades, centros de saúde, junto das associações que prestam apoio a pessoas sem-abrigo”. 

 “Despeço-me agora da actividade política activa. Tomo esta decisão com a certeza que fiz o meu melhor para estar à altura do cargo que exerci, sentindo uma enorme gratidão por ter tido a possibilidade de representar as pessoas. Este é um ciclo que se encerra, no entanto, enquanto cidadã manterei o activismo que sempre exerci pelas causas em que acredito”, acrescentou.

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