A travessia de Orlando até à verdade
A partir do livro de Virginia Woolf, Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu encaminham uma história de transformação até aos nossos dias, numa carta de amor à comunidade LGBT. Estreia dia 4, em Guimarães, seguindo depois para Famalicão, Lisboa, Águeda, Porto e Viana do Castelo.
Quando Orlando entra em palco, chega de cabeça caída, rosto esborratado de sangue, pés que mal se levantam, olhar estatelado no chão. Sofre de uma doença, talvez autodiagnosticada, de amor à literatura. E, no entanto, rasga páginas do livro que carrega, aproxima-se da boca de cena e fala. Fala em linguagem gestual, esclareça-se, porque a sua voz ainda está sufocada pela vida que leva e pelo silêncio que lhe impõem. Mas fala por gestos e fala para nos dizer que está só.
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