FC Porto aproveitou da melhor forma uma sexta-feira no Algarve

“Dragões” venceram com autoridade o Portimonense (0-3) e garantiram que vão continuar na liderança da Liga, antes da Champions.

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LUSA/LUÍS FORRA

O Portimonense entrou em campo, na 13.ª jornada da Liga, com o rótulo de uma das defesas mais sólidas da Liga e deixou o relvado do Portimão Estádio com um 0-3 que espelha bem as dificuldades que sentiu. No Algarve, o FC Porto foi criterioso e paciente, soube esperar pelo momento certo para dar a primeira estocada e levou o adversário ao tapete no segundo tempo, prolongando a liderança da Liga sem correr quaisquer riscos.

Os primeiros 20 minutos da partida mostraram um Portimonense pressionante, intenso e com boa reacção à perda. Em 3x4x3, a equipa orientada por Paulo Sérgio condicionou (e muito) a primeira fase de construção do adversário e cortou-lhe as linhas de passe. Resultado? Pouco ou nenhum FC Porto nesse período. Mas os “dragões” estavam bem cientes de que o gás acabaria por se evaporar e que, quando assim fosse, o jogo mudaria de figurino.

E mudou. Com Vitinha imperial na construção, e um tremendo raio de acção sem bola de Uribe (fundamental nos equilíbrios pós-perda), o FC Porto foi começando a circular com mais espaço e a utilizar o ataque à profundidade como tão bem sabe fazer. Primeiro foi Luis Díaz a assustar Samuel Portugal, depois foi Otávio. E quando, aos 45’, parecia que o Portimonense ia recolher intacto ao balneário, Díaz beneficiou de um livre directo e de um desvio em Pedro Sá para abrir o marcador.

Organizado defensivamente, mas reduzido aos esticões de Aylton Boa Morte no corredor direito para explorar a profundidade, o Portimonense redefiniu rotas para o segundo tempo. Pedro Sá foi tomar banho, Willyan ocupou a posição mais baixa do meio-campo e a equipa passou a defender com uma linha de quatro. Na teoria, teria mais condições de equilibrar as operações com bola, forçando o adversário a baixar; na prática, as transições defensivas passaram a ser feitas muitas vezes em igualdade numérica.

Zaidu ainda sentiu alguns problemas em travar Moufi e Boa Morte (do lado contrário, Manafá esteve bem mais sólido a defender), mas o FC Porto recuperou com frequência a bola e não enjeitou a possibilidade de lançar ataques rápidos. Especialmente pelo corredor esquerdo, à boleia da arte de Luis Díaz.

Depois de um par de lances em que uma melhor definição teria dado outro resultado, os “dragões” voltaram a encontrar o caminho da baliza. Numa excelente combinação ofensiva, Taremi encontrou Evanilson na área e o brasileiro, de costas, segurou a bola até à chegada de Vitinha — com um ligeiro toque, o médio tirou um central da frente e rematou cruzado para o 0-2

Paulo Sérgio trocou de imediato Fabrício (que dispôs da melhor ocasião do Portimonense, no arranque do jogo, perdendo o duelo com Diogo Costa) por Renato Júnior, avançado por avançado, mas o FC Porto mostrou-se sempre confortável a defender — mesmo quando Fábio Cardoso se precipitava ao tentar o desarme na antecipação. E voltou a acelerar para o 0-3 com naturalidade, variando corredor e fazendo a bola chegar a Otávio, que concluiu a jogada com um chapéu perfeito.

A um quarto de hora do fim, o trabalho estava feito. Sérgio Conceição fez o banco funcionar (duas substituições de uma assentada e depois outras duas) e, com ele, começou a aquecer os motores para o jogo decisivo de terça-feira, para a Liga dos Campeões, diante do Atlético Madrid. Sem ter de se preocupar minimamente com o resultado do derby lisboeta. 

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