IPMA alerta para caravelas-portuguesas avistadas em praias do continente e dos Açores

Nas próximas semanas e meses, espera-se que a abundância da espécie aumente.

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Uma caravela-portuguesa (Physalia physalis) Luís Bago D'Uva

Caravelas-portuguesas estão a ser avistadas em diversas praias de Portugal continental e Açores, alerta o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), situação que tem vindo a ser frequente nos últimos dois anos no Outono e Inverno.

O IPMA refere em comunicado que os dados da GelAvista, responsável pela monitorização dos organismos gelatinosos em Portugal, de anos anteriores sugerem que a abundância da espécie poderá aumentar nas próximas semanas e meses.

Até ao momento tem sido avistada a espécie Physalia physalis (caravela-portuguesa) na Praia d'El Rey (concelho de Óbidos), ao largo dos Farilhões (Berlengas), na praia da Ursa e praia do Magoito (concelho de Sintra), na praia do Guincho (concelho de Cascais), na praia da Amoreira (concelho de Aljezur) e na praia das Milícias (São Miguel, Açores).

“O GelAvista aconselha que se evite tocar nos organismos, mesmo quando aparentam estar mortos/secos na praia”, lê-se no comunicado, alertando que, em caso de queimadura por contacto com esta espécie, devem ser aplicadas compressas quentes (40 graus Celsius) durante cerca de 20 minutos ou vinagre.

As caravelas-portuguesas são caracterizadas por um flutuador em forma de “balão”, frequentemente de cor azul ou rosada, e, por isso, muito influenciada por ventos e correntes de superfície. Trata-se da espécie que exige “mais cautela” entre aquelas que ocorrem em Portugal devido aos longos tentáculos que podem atingir 30 metros e são capazes de provocar fortes queimaduras, alerta o IPMA.

Estão também a ser detectadas outras espécies, sendo a Velella velella, que não representa perigo para a saúde humana, aquela que poderá ser confundida com a caravela-portuguesa. No entanto, no caso da Velella velella, o flutuador apresenta a forma de uma vela triangular, de acordo com o IPMA.

O programa GelAvista, uma iniciativa de ciência-cidadã, monitoriza desde 2016 com a ajuda dos cidadãos, os organismos gelatinosos que ocorrem em águas portuguesas, recolhendo informação crucial sobre estas ocorrências.