O PÚBLICO e cerca de mais duas dezenas de órgãos de comunicação em Portugal, incluindo a generalidade da imprensa nacional, vão passar a integrar o Google News Showcase, uma plataforma de agregação de notícias da multinacional americana, que mostra conteúdos jornalísticos e dá acesso a alguns artigos para os quais é normalmente preciso acesso pago.

Cada órgão de comunicação passará a seleccionar diariamente artigos e outros conteúdos para colocar no Showcase, que chega nesta terça-feira aos utilizadores em Portugal, depois de já ter sido lançado em alguns outros países.

Em vez de serem os utilizadores a comprarem assinaturas digitais, o Google pagará às empresas de media para poder dar aos utilizadores acesso gratuito ao conteúdo restrito.

O Showcase estreou-se em Outubro do ano passado, agrega mais de mil publicações noticiosas e está disponível na Alemanha, Brasil, Reino Unido, Áustria, Itália, Chéquia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Canadá, Índia e Japão. Segundo o Google, mais de 90% das publicações agregadas são sites de imprensa local ou regional.

Com esta plataforma, a multinacional não vai inteiramente ao encontro do que é uma reivindicação antiga dos editores de imprensa que, em particular na Europa, defendem há anos que a multinacional deve pagar pelo direito de mostrar títulos e excertos de artigos nas suas plataformas. Mas o pagamento dos artigos restritos surge como uma solução de compromisso para uma discussão que se tem vindo a arrastar.

A relação do Google com a imprensa não tem sido isenta de solavancos. Espanha é um dos casos mais notórios, depois de, em 2014, a multinacional ter decidido fechar o Google News, na sequência de uma lei que a obrigava a pagar à imprensa pela agregação de conteúdo. Com a implementação da directiva europeia de direitos de autor naquele país, que acaba com aquela obrigação, O Google News deverá regressar a Espanha no início do próximo ano.

Já na Austrália, um dos países onde o News Showcase está disponível, a imprensa queria também que o Google pagasse para mostrar títulos e excertos – uma pretensão que a empresa americana classificou como uma “linha vermelha" que não estava disposta a passar.