A rua que apresentou o Porto à modernidade faz 500 anos. E quase nada é como dantes
D. Manuel I mandou abrir a Rua das Flores em 1521, num Porto ainda muralhado, com poucos milhares de habitantes. Ali se instalou a elite da cidade e se fez um importante polo comercial. O que foi e o que resta da artéria que começou por se chamar Santa Catarina das Flores?
Na fachada do número 79 da Rua das Flores, há uma roda navalhada inscrita na pedra. No número 228, a figura de São Miguel Arcanjo. As representações não estão ali por acaso – e não são exemplo único ao longo da artéria. Nascida em terrenos agrícolas pertencentes ao bispo do Porto e ao cabido da Sé, a Rua das Flores tinha as suas casas assim marcadas para identificar os senhorios. Quem no seu edifício tivesse gravada a figura de São Miguel pagava a renda ao cabido, quem observasse uma roda de navalhas de Santa Catarina entregava a maquia ao bispo. Alguns destes símbolos esculpidos nas fachadas ainda se preservam na rua nascida em 1521. Mas, com 500 anos de história, quase nada é como dantes.
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