Presidente recusa associar visita a Luanda às presidenciais em Angola no próximo ano
Marcelo Rebelo de Sousa afastou qualquer relação entre esta visita a Angola e as presidenciais angolanas previstas para 2022.
O Presidente da República afastou este sábado qualquer hipótese de interferir na vida política angolana, garantindo que a sua deslocação a Luanda este fim-de-semana em nada está relacionada com as presidenciais do próximo ano.
“Venho [a Luanda] convidado pelo presidente da República de Angola e venho para uma reunião que é multilateral”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, minutos antes de seguir para a Bienal de Luanda 2021-2021 – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz.
O Presidente da República tinha sido questionado sobre se haveria encontros partidários, uma vez que a visita que realiza entre este sábado e domingo antecede os congressos da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), de 2 a 4 de Dezembro, e do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), entre 9 e 11 de Dezembro.
No programa do Presidente da República está um encontro com o homólogo angolano, João Lourenço. O chefe de Estado português admitiu, porém, que “é possível que haja, no meio da reunião, oportunidade de trocar algumas impressões” sobre o sufrágio do próximo ano em Angola.
No entanto, “não é, propriamente, um encontro específico” e Marcelo Rebelo de Sousa recusou a “introdução de qualquer factor de discriminação em qualquer período eleitoral”.
“Não devo imiscuir-me na vida interna dos vários países (...). [A visita] foi uma coisa muito específica. Não tenho agendado isso, porque pensei que isso seria uma forma de intervir num período que é um período longo, mas é, obviamente, pré-eleitoral”, sustentou.
Marcelo Rebelo de Sousa também visita este sábado o Centro de Vacinação Paz Flor, em Luanda, e no domingo tem previstas visitas à Livraria Kiela, do escritor angolano Ondjaki, e à exposição “BOANDA – Cruzamentos artísticos entre Portugal e Angola 2020/2021, no Centro Cultural Português.
Entre a noite deste sábado e até meio da tarde de domingo, o Presidente português não tem agenda.
Interpelado pelos jornalistas sobre se este “buraco” na agenda estava relacionado com as eleições directas no PSD, que também decorrem este fim-de-semana, o chefe de Estado disse que deixou a agenda em aberto porque aparecem sempre coisas novas e que em nada estava relacionado com a escolha do líder do partido do qual faz parte.