Prestação média do crédito à habitação sobe com fim das moratórias

Valor médio das prestações bancárias no crédito à habitação registou maior subida alguma vez registada na série do INE. A explicação está no fim das moratórias

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Nuno Ferreira Santos

No mês em que se chegou ao fim do regime de moratórias bancárias no crédito à habitação, o capital médio em dívida neste tipo de empréstimo aumentou 354 euros e valor da prestação média registou o maior aumento desde o início da actual série.

De acordo com os dados publicados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o capital médio em dívida aumentou 354 euros em, fixando-se em 57.688 euros, enquanto o valor da prestação média subiu 14 euros, para 251 euros. Deste valor, 39 euros (16%) correspondem a pagamento de juros e 212 euros (84%) a capital amortizado.

O INE sublinhou que os resultados do mês de Outubro "estão influenciados pelo fim do regime de moratórias bancárias no crédito à habitação, implementadas no contexto da pandemia de covid-19 que, recorde-se, teve início em Abril de 2020 e originou reduções na taxa de juro implícita e na prestação média”.

Já para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida foi 118.486 euros, menos 1032 euros que em Setembro.

Por sua vez, a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação subiu para 0,803% em Outubro, face a 0,785% no mês anterior, e o capital médio em dívida aumentou para 57.688 euros, segundo o INE.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), nos contratos celebrados nos últimos três meses a taxa de juro desceu de 0,702% em Setembro para 0,665% em Outubro.

Para o destino de financiamento de aquisição de habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 0,819% (mais 1,9 pontos base face a Setembro).

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro fixou-se em 0,658%, o que corresponde a uma diminuição de 3,9 pontos base face ao mês anterior.

As taxas de juro implícitas no crédito à habitação têm como objectivo fornecer indicadores do esforço financeiro assumido pelas famílias e pelo Estado no crédito à habitação e baseiam-se num procedimento administrativo que utiliza informação das instituições bancárias, enviada ao INE ao abrigo de um protocolo, explica o instituto.