Madeira impede entrada de não-vacinados em cabeleireiros, restaurantes e eventos culturais

Passa a ser obrigatória também a apresentação de certificado de vacinação ou testagem para aceder a qualquer evento e supermercados.

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O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo presidente do governo regional, Miguel Alburquerque Nelson Garrido/Arquivo

No dia em que foi registada a 84.º morte associada à covid-19 no arquipélago, o Governo Regional da Madeira anunciou esta quinta-feira um regresso a medidas mais restritivas para a contenção da pandemia.

Com a entrada em vigor da situação de contingência, à meia-noite do próximo sábado (20 de Novembro), volta a ser obrigatório o uso de máscaras no espaço público, mesmo no exterior.

O acesso a um conjunto de actividades (ginásios, cabeleireiros, bares, discotecas, cinema ou casinos) e eventos (desportivos ou culturais) fica vedado a quem não for vacinado. E mesmo estes, para exercerem ou frequentarem essas actividades ou eventos, têm também que ter feito obrigatoriamente um teste rápido antigénio há menos de sete dias. Já em relação ao acesso a supermercados e cerimónias religiosas – a Madeira tem uma forte tradição de celebração de missas durante o Natal –, o certificado de vacinação ou de testagem será apenas “recomendado”.

Neste sentido, os testes rápidos antigénio, gratuitos nas farmácias, passam a ser realizados todas as semanas, em vez da periodicidade quinzenal que vigora actualmente.

No dia que marcou também o regresso às videoconferências, o presidente do governo regional madeirense, Miguel Albuquerque, justificou as medidas com a “evolução da situação pandémica” nas últimas semanas, não só na Madeira, mas também nos principais mercados emissores de turistas para a região – Portugal continental, Reino Unido ou Alemanha. “A ideia é procurar manter a nossa vida normal, contendo a pandemia sem entrar novamente em confinamentos”, disse aos jornalistas, pedindo “responsabilidade” à população para que o Natal decorra em segurança.

Para isso, Albuquerque quer testagens maciças semanais para toda a população, mesmo para quem tem a vacinação completa. “As pessoas devem realizar um teste semanal. A vacinação não torna as pessoas imunes”, argumentou, admitindo que esta medida, de testes obrigatórios para aceder a determinados eventos espaços públicos, pretende incentivar as pessoas a se vacinarem. Aconteceu o mesmo, recordou, quando as discotecas reabriram e foi vedada a entrada a quem não estivesse vacinado.

Rejeitando alarmismos, porque a realidade regional é diferente daquela verificada no início da pandemia, e a Madeira tem uma taxa de vacinação completa de 84%, Albuquerque insistiu na importância da vacinação – 58% dos internados em cuidados intensivos covid-19 não estão vacinados –, garantindo que o stock de vacinas disponível (84 mil doses) é suficiente para as necessidades actuais do arquipélago. O mesmo, em relação à capacidade de resposta hospitalar, que não chega a 50% da ocupação.

Depois de um longo período em que os números de novos casos diários não chegavam aos dois dígitos, nas últimas duas semanas esses valores têm rondado as 50 novas infecções todos os dias.

No relatório da situação epidemiológica desta quinta-feira, são contabilizados 52 novos casos de infecção por SARS-CoV-2 na região, colocando o número de casos activos em 452. Estão 43 pessoas hospitalizadas, sete das quais nos cuidados intensivos.

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