Comissão que vai investigar abusos sexuais na Igreja “está ferida de morte”

Comissão deveria ser criada fora do espaço da Igreja, sob pena de perder credibilidade, alertam católicos que reclamaram uma investigação histórica aos abusos sexuais. Caso contrário, “de pouco valerá o esforço”, dizem.

Foto
A composição da comissão que vai investigar abusos sexuais no seio da igreja será anunciada "o mais rápido possível", segundo D. José Ornelas Adriano Miranda

O anúncio de que a Igreja vai promover a criação de uma comissão responsável por fazer “um estudo histórico” sobre os abusos sexuais de menores cometidos por membros do clero ou no seio das instituições católicas foi acolhido com um misto de cautela e cepticismo, com lugar ao benefício da dúvida, entre os signatários da carta assinada por quase 280 católicos desafiando os bispos portugueses a avançarem com essa investigação. “Aparentemente, a comissão vai ser criada no seio da Igreja, como um sucedâneo organizativo das comissões diocesanas, quando devia ser exterior à Igreja. Se funcionar na mesma órbita das comissões diocesanas, não será independente”, reagiu ao PÚBLICO Nuno Caiado, um dos signatários, para quem a comissão está “ferida de morte”, pelo que a iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) não passa de “um simulacro de resposta” ao repto lançado na carta.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.