Um avistamento “super-raro”: pinguim da Antárctida dá à costa da Nova Zelândia
Depois da viagem de três mil quilómetros, Pingu estava “um pouco esfomeado e gravemente desidratado”, mas já deverá estar a fazer o caminho de regresso às águas geladas.
Uma longa distância separa o pinguim da Antárctida da costa da Nova Zelândia. Mais exactamente: três mil quilómetros de águas geladas. Isto não impediu o pinguim-de-adélia, apelidado de Pingu, de chegar a Birdlings Flat, um assentamento em Canterbury, na Nova Zelândia.
É apenas a terceira vez que um pinguim da península da Antárctida é avistado na Nova Zelândia e os responsáveis pelo centro de reabilitação que o acolheram temporariamente disseram que a longa travessia é um lembrete para as ameaças que as aves marinhas enfrentam, desde águas cada vez mais quentes, habitats em constante mutação e maior competição por alimento, que se esconde em águas mais profundas e fica mais difícil de apanhar.
Como o pinguim não estava a voltar a entrar na água, e poderia estar em perigo, os moradores chamaram veterinários que encontraram a ave “um pouco esfomeada e gravemente desidratada” — nada que fluidos e um batido de peixe não resolvessem. O pinguim foi depois libertado, e os ajudantes esperam que consiga fazer a viagem de regresso a casa, noticia o The Guardian.
Em 2017, os pinguins-de-adélia passaram por mais uma época de reprodução “catastrófica", em que apenas duas crias sobreviveram numa colónia na Antárctica. Todos os outros morreram à fome numa altura em que o nível de acumulação de gelo estava demasiado alto e os progenitores eram obrigados a percorrer maiores distâncias para procurar alimentos para as crias.
Este avistamento, no entanto, poderá apenas significar que o indivíduo jovem se perdeu do resto da colónia e foi levado pela corrente.