Portugal preparado para uma Irlanda “que nunca sai do jogo”

Fernando Santos confirma a ausência de Bernardo Silva e relativiza os jogadores em risco de exclusão por cartões amarelos. Quanto ao adversário, alerta ainda para o poder do público: “É uma equipa que sabe jogar”.

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Fernando Santos durante um dos treinos de preparação para o jogo com a Irlanda EPA/MANUEL DE ALMEIDA

Sem Bernardo Silva, sem receio de ver jogadores admoestados e sem dúvidas de que a vitória é o único resultado que interessa. É nestes moldes que Portugal vai enfrentar, na quinta-feira, a Irlanda, em Dublin, na penúltima jornada da fase de apuramento para o Mundial 2022. “A primeira coisa que temos de fazer é jogar melhor do que eles”, atalha Fernando Santos.

Com a qualificação directa no horizonte, objectivo reservado para o vencedor de cada grupo, a selecção portuguesa entrará em campo sem receio. Mesmo que sobre a cabeça de alguns jogadores, como João Cancelo, recaia o risco de um cartão amarelo significar o afastamento do próximo jogo, com a Sérvia.

“Mais do que levar amarelo e estar fora do próximo jogo, há que pensar na forma de estar em campo. Quando sabes que um amarelo pode condicionar o próximo jogo, isso pode pesar no subconsciente”, avalia o seleccionador português, sublinhando que acredita nos jogadores e que tomará as decisões certas, porque “o resultado não é de somenos”.

Debruçando-se sobre a República da Irlanda, Fernando Santos repisa a ideia de um adversário competitivo, que já complicou e muito a vida a Portugal em Lisboa. “O importante a tirar desse jogo é o que aconteceu a seguir à bola no poste. Perdemos o equilíbrio e entrámos mais num jogo partido, de ataque e contra-ataque, e isso não ajuda nada a nossa equipa. Temos de ter bola e equilíbrio para, quando a perdermos, a podermos recuperar”.

De resto, o técnico projecta uma Irlanda com um apoio “muito forte” nas bancadas. "Uma equipa embalada pelo público, que nunca sai do jogo. No jogo com a Sérvia, os últimos minutos foram avassaladores. É uma equipa que nunca se rende”, avalia. “É uma equipa que sabe jogar, que sai a partir da baliza para ataque organizado, mas quando não o consegue fazer, também opta pelo ataque à profundidade e por disputar segundas bolas”.

As bolas paradas ofensivas também são um dos pontos fortes dos irlandeses, que marcaram a Portugal precisamente na sequência de um pontapé de canto. Fernando Santos assegura, a propósito, que os jogadores estão avisados: “Trabalhámos isso e mostrámos aos jogadores os vários lances que achamos que são importantes nas zonas de ataque do adversário e procurámos treinar em termos de posicionamento”.

Num contexto de dúvidas e possibilidades, que passam pela eventual utilização de João Cancelo, “provavelmente o melhor lateral do mundo”, do lado esquerdo, o seleccionador deixa uma garantia: a ausência de Bernardo Silva. “Chegou muito queixoso e não podia ir a jogo, mas está a recuperar bem e acreditamos que poderá jogar com a Sérvia. Para já, não vai viajar connosco e, não tendo lá as melhores condições para o tratamento que está a fazer, optámos por mantê-lo aqui com um dos nossos terapeutas”.

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