Wes Anderson e o seu elenco de luxo voltam aos cinemas

Wes Anderson regressa com uma história fantástica, um elenco de luxo e seu estilo inconfundível às salas de cinema portuguesas já esta quinta-feira. Reserve um lugar na primeira fila para ler as páginas das Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun.

Foto

Bem-vindo ao mundo visionário de Wes Anderson. O novo e décimo filme do realizador, sete vezes nomeado aos Óscares, dá vida a um conjunto de histórias da revista Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun, do século XX. Uma publicação americana de ampla circulação, com sede na cidade fictícia Ennui-sur-Blasé, em França.

Por ocasião da morte do amado editor Arthur Howitzer Jr., a equipa da revista reúne-se para escrever a última edição: o seu obituário. Nas páginas das “Memórias de Howitzer” pode ler-se um diário de viagem de Herbsaint Sazerac (Owen Wilson), conhecido como O Repórter Ciclista, pelas ruas mais sórdidas da própria cidade Ennui-sur-Blasé mas não só.

A Obra-Prima Concreta” de Berenson (Tilda Swinton) conta a história do pintor criminalmente louco Moses Rosenthaler (Benicio del Toro), a sua guarda e musa Simone (Léa Seydoux) e os seus vorazes negociantes. Já A Sala de Jantar Privada do Comissário da Polícia”, de Roebuck-Wright, é um conto de suspense sobre drogas, rapto e jantares chiques focados no lendário chef Nescaffier (Stephen Park).

Sem esquecer as Revisões a um Manifesto” que são um relato em primeira mão de Krementz (Frances McDormand) sobre o amor e a morte no auge das barricadas da revolta estudantil. O herói e heroína desta história são os líderes infelizes do movimento: o carismático Zeffirelli (Timothée Chalamet) e a obstinada Juliette (Lyna Khoudri). Uma crónica inspirada na cobertura dos protestos franceses de Maio de 1968 da The New Yorker, assinada por Mavis Gallant — ou não seria este filme uma autêntica ode aos jornalistas.

No fundo, a comédia dramática Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun é uma verdadeira homenagem nostálgica aos destemidos e aventureiros caçadores de histórias com uma liberdade jornalística que hoje em dia é quase uma miragem. Escritores que, antes da Internet e das transmissões em directo, nos davam uma meticulosa sensação dos cheiros e sabores de um lugar através da sua enorme capacidade de evocar imagens na mente só com palavras.

Um estilo narrativo memorável

No total, são quatro histórias complexas, imaculadamente elaboradas, ricamente detalhadas, inesperadamente engraçadas e surpreendentemente comoventes que o vão deixar colado ao grande ecrã. Em resumo: é um filme realizado e escrito por Wes Anderson. “É a carta de amor francesa de Wes ao internacionalismo, à cultura e à abençoada arte do jornalismo independente”, descreve Tilda Swinton de forma concisa.

“Este filme é, na verdade, três coisas: uma colecção de contos, algo que sempre quis fazer; um filme inspirado na The New Yorker e o tipo de escritor que eles são famosos por publicar; e passei muito tempo em França ao longo dos anos e sempre quis fazer um filme francês e um filme relacionado com o cinema francês”, explica o próprio Wes Anderson que dispensa apresentações.

O fundador e editor Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun, foi encontrado morto devido a um aparente ataque cardíaco.
A equipa da revista americana de ampla circulação reúne-se para escrever o obituário de Arthur Howitzer Jr.
Assim o filme dá vida a um conjunto de histórias da última edição, publicada numa cidade francesa fictícia, do século XX.
O filme é protagonizado por Benicio del Toro (Sicario – Infiltrado e Traffic - Ninguém Sai Ileso).
“A Sala de Jantar Privada do Comissário da Polícia” é um dos contos com suspense sobre drogas, rapto e jantares chiques.
Com uma narrativa memorável e um estilo cinematográfico inconfundível, o novo filme de Wes Anderson é imperdível.
Fotogaleria
O fundador e editor Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun, foi encontrado morto devido a um aparente ataque cardíaco.

Da mente visionária deste realizador de filmes como Grand Budapest Hotel e Ilha dos Cães, nasce uma França poética com muitos detalhes visuais — mesmo mudando repentinamente de preto e branco para cores ou de um formato de widescreen para Academy ratio — e referências narrativas que às vezes não são verdadeiras mas parecem verdadeiras.

Ao longo dos anos, os filmes de Wes Anderson tornaram-se cada vez mais complexos mas a narrativa é memorável e o estilo cinematográfico é inconfundível, seja pela paleta de cores, pelas simetrias cuidadosamente pensadas ou pela nostalgia que cada película sempre nos traz.

Um elenco com nomes de peso

Assim nasce uma obra-prima de um grande cineasta a partir de uma história do próprio Anderson, Roman Coppola, Hugo Guinness e Jason Schwartzman. A verdade é que durante quase duas horas, é impossível não ficar agarrado à cadeira com diálogos fascinantes, imagens emblemáticas e, claro, um elenco de tirar o chapéu. A nova aposta da Walt Disney Studios Motion Pictures e da Searchlight Pictures estreia no dia 11/11 em Portugal com grandes nomes de Hollywood.

São eles Adrien Brody, Jeffrey Wright, Mathieu Amalric, Bill Murray, Liev Schreiber, Elisabeth Moss, Edward Norton, Willem Dafoe, Lois Smith, Saoirse Ronan, Christoph Waltz, Cécile de France, Guillaume Gallienne, Jason Schwartzman e Anjelica Huston como narradora. Razões suficientes para reservar um lugar na primeira fila num cinema perto de si. Até lá, não perca o trailer e teste já os seus conhecimentos.

Sugerir correcção
Comentar