As datas que se seguem na recomposição da direita
À direita, todos os partidos estão a atravessar momentos de indefinição interna (ainda que seja por meras questões de calendário, como no caso da IL). Mas o seu futuro deverá estar resolvido até às eleições.
Com as eleições legislativas agendadas para o dia 30 de Janeiro de 2022, a recomposição da direita — que inclui (ou não) mudanças ao nível das lideranças dos partidos — é um assunto urgente que vai dominar a agenda política no curto prazo. Há um fim-de-semana quente, de 26 a 28 de Novembro.
Até ao final do ano, o PSD vai a votos, o Chega já foi, a Iniciativa Liberal reúne-se em convenção electiva, há congressos do PSD e do Chega. Só o CDS, ao que tudo indica, continuará como está até às eleições, ou seja, em convulsão.
Eis as datas que importam para definir o futuro dos partidos à direita do PS.
26 a 28 de Novembro
Chega reúne-se em congresso no fim-de-semana de 26 a 28 de Novembro, em Viseu. Será o conclave de aclamação de André Ventura, que no último sábado foi reeleito presidente do partido com 94,78% dos votos, num universo de cerca de 20 mil militantes com capacidade eleitoral — o seu adversário, o empresário Carlos Natal, obteve 5,22%.
As eleições foram convocadas após o Tribunal Constitucional ter considerado que o partido estava a funcionar de forma ilegal, uma vez que as alterações aos estatutos do partido introduzidas no congresso de Évora, em Setembro de 2020, não constaram da convocatória dessa reunião.
27 de Novembro
É a nova data das eleições directas do PSD, agendadas na sequência do conselho nacional extraordinário que se realizou no sábado, em Aveiro. O dia 27 de Novembro foi proposto por Paulo Rangel (Rui Rio queria que fossem uma semana antes) e foi aprovado com 76 votos a favor, 28 contra e 18 abstenções.
Alberto João Jardim queria que as directas fossem depois das legislativas, mas a proposta foi chumbada por 68 votos contra e 47 a favor.
Já Rui Rio ainda tentou que as eleições directas fossem abertas a todos os militantes activos sem quotas pagas, mas a proposta esbarrou nos apoiantes de Paulo Rangel.
27 e 28 de Novembro
O conselho nacional do CDS-PP começou por marcar o congresso electivo do partido (eram candidatos o actual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado Nuno Melo) para os dias 27 e 28 de Novembro, em Lamego, mas acabou por adiá-lo, dias depois, para após as eleições legislativas.
Com o argumento de que o actual líder tem mandato até 26 de Janeiro, Francisco Rodrigues dos Santos propôs o cancelamento do conclave, o que foi aprovado com 144 votos a favor (57,8%), 101 contra (40,6%) e quatro abstenções (1,6%). A decisão deu origem a uma convulsão interna que resultou em vários afastamentos e desfiliações.
11 e 12 de Dezembro
No último fim-de-semana, o conselho nacional da Iniciativa Liberal (IL) marcou a convenção electiva do partido para os dias 11 e 12 de Dezembro. Em Condeixa, onde se realizou a reunião, o deputado João Cotrim de Figueiredo anunciou a sua recandidatura ao cargo de presidente do partido.
Além da data da reunião magna, que elegerá os órgãos dirigentes do partido, o conselho nacional definiu também já que essa convenção terá lugar no distrito de Lisboa.
17 a 19 de Dezembro
A única data que foi definida por consenso no conselho nacional de Aveiro foi a antecipação do congresso do PSD para o fim-de-semana de 17, 18 e 19 de Dezembro. Esta será a data de consagração do novo líder do partido. Até agora, há três candidatos anunciados: Rui Rio, Paulo Rangel e Nuno Miguel Henriques (já antes assumiu uma candidatura, mas acabou por não conseguir recolher assinaturas suficientes para a formalizar).
Inicialmente, o conclave social-democrata estava agendado para Janeiro, com as eleições directas a realizarem-se no dia 4 de Dezembro.