“Argumentos mentirosos”. Tiago Barbosa Ribeiro lamenta saída de vereadora Catarina Santos Cunha
Socialista revela “profunda perplexidade” com decisão de Catarina Santos Cunha, que passa a ser independente no executivo portuense
Os argumentos de Catarina Santos Cunha para justificar a desvinculação do PS na Câmara do Porto são “manifestamente falsos e mentirosos” e suscitaram em Tiago Barbosa Ribeiro “a mais profunda perplexidade e incompreensão”. O socialista não quis admitir uma fragilidade do PS, ao perder um dos três vereadores eleitos, mas lamentou a postura da recém-eleita, deixando nas entrelinhas que esta foi uma atitude de desrespeito pelo eleitorado.
Na reunião de câmara desta segunda-feira, Catarina Santos Cunha foi a primeira a pedir a palavra, antes da ordem do dia, para comunicar a sua decisão ao hemiciclo: “A partir de hoje deixo de ser vereadora do PS”, comunicou, não aceitando, no final, fazer declarações aos jornalistas.
Numa curta declaração, pediu a Rui Moreira que lhe fossem atribuídos os meios previstos na lei para uma vereadora independente e sublinhou que iria continuar no cargo: “Continuarei a lutar muito pelo Porto e só pelo Porto.”
Catarina Santos Cunha argumenta, no seu comunicado, que a sua saída se prende com o modo como Tiago Barbosa Ribeiro “tem liderado a oposição na câmara”. “Não quero permanecer como um peão ao serviço das decisões de voto avulsas do partido ou das ambições nacionais de um líder político, quero somente trabalhar na defesa e na exigência de um Porto melhor”, concluiu.
Em linha com o comunicado do PS divulgado durante a manhã, Tiago Barbosa Ribeiro recusou a existência de “qualquer divergência”, após a eleição e durante a campanha. “Desde logo houve apenas uma reunião, até á data desta tomada de posição”, sublinhou, ao lado da vereadora Rosário Gâmboa.
Antes de Rui Moreira anunciar um acordo de governabilidade com o PSD, que lhe permite obter em algumas matérias a maioria que tinha perdido, foi comentada a possibilidade de o independente ter o apoio da vereadora eleita pelo PS. Admitindo ter ouvido relatos desse “namoro”, Tiago Barbosa Ribeiro atribuiu aos cidadãos a responsabilidade de “avaliar as condições de ética que estes processos devem implicar”. “Vamos acompanhar o que se vai passar na recomposição deste executivo”, rematou.