Energia nuclear para salvar o clima? É complicado
Com as metas de redução das emissões de C02 a parecerem cada vez mais difíceis de alcançar, há um despertar de interesse pela tecnologia nuclear. A UE parece estar pronta a considerá-la sustentável, numa disputa que opõe França e Alemanha. Falta provar que é merecido o entusiasmo em torno dos pequenos reactores que anima o sector e muitos políticos.
Prontos para um revigorante duche com água quente graças a uma central nuclear? Em Pevek, uma cidade na Sibéria com 4500 habitantes, a água quente para o aquecimento das habitações, e também para a sauna comunitária, passará em breve a ser toda proveniente dos dois pequenos reactores nucleares flutuantes a bordo do navio Akademik Lomonosov, de 36 megawatts (MW). Os seus dois núcleos são arrefecidos por uma série de anéis de refrigeração com água; o primeiro anel fica contaminado com partículas radioactivas, e essa água nunca chega a sair da central. Mas nos anéis exteriores só há trocas de calor, e não de radioactividade, e é essa água que é usada no aquecimento da cidade, neste projecto-piloto iniciado em 2020 e que é o mais avançado para testar a viabilidade dos pequenos reactores nucleares modulares — um conceito que está na origem de muito do novo entusiasmo com a energia nuclear neste tempo de alterações climáticas. Embora a tecnologia esteja ainda numa fase inicial de desenvolvimento.
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