Tão amigos que nós éramos

Quem julga que com Pedro Nuno Santos tudo teria sido diferente no chumbo do Orçamento parece-me deslocado da realidade.

"Homens sem fuso horário/ Homens agitados sem bússola onde repousem" (Daniel Faria). O poeta ceifado demasiado cedo poderia ter escrito estes versos para os actuais tempos políticos. Sabia-se que a “geringonça” tinha um prazo de validade e, mesmo assim, cumpriu legislatura e meia. Tudo devido à vontade férrea de Costa e dos partidos à sua esquerda de terminarem com o mando da direita, acusada de “ir além da troika”. O PM teve o mérito de acabar com a cortina de ferro que separava as esquerdas, com as cautelas de não as trazer para o Governo, mas de ir governando à vista, com negociações que começaram por ser regulares e que, para o fim, se limitaram ao espectáculo orçamental.

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