Johnson avisa que um falhanço na cimeira do clima será castigado com “raiva e impotência”

O primeiro-ministro britânico abriu a cimeira de líderes que integra a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. A maneira de “desarmar a máquina do apocalipse” é conhecida, sublinhou.

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Johnson abriu a cimeira de líderes da Conferência das Nações Unidas Reuters
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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já chegou a Glasgow Reuters

O primeiro-ministro britânico avisou esta segunda-feira os líderes mundiais que a “raiva e impaciência do mundo serão impossíveis de conter” se não conseguirem entender-se para conter as alterações climáticas, uma “máquina do apocalipse” que é preciso desarmar.

Boris Johnson falava na abertura da cimeira de líderes mundiais incluída na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que se se realiza até 12 de Novembro em Glasgow, Escócia. A maioria dos líderes presentes na cidade escocesa vai apresentar ao longo do dia as suas promessas actualizadas para acelerar a diminuição da emissão de gases com efeito de estufa.

A cimeira de líderes acontece um dia depois de os dirigentes das maiores economias do mundo, reunidos no G20, em Roma, terem assinado um compromisso em que se afirmam dispostos a fazer esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius, comparando com os níveis pré-industriais, notando que isso “implicará acções e compromissos significativos e eficazes de todos os países”, mas sem avançarem com grandes medidas concretas para tornar essa meta possível. “Saúdo o compromisso renovado do G20 para que se encontrem soluções a nível mundial, mas deixo Roma com esperanças frustradas – mesmo que não estejam enterradas”, escreveu o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na sua página de Twitter, antes de partir para Glasgow.

“Podemos não nos sentir um James Bond, mas temos a oportunidade e o dever de fazer desta cimeira o momento em que a Humanidade começou a desarmar essa bomba, o momento em que começámos irrefutavelmente a virar a maré e a lutar contra as alterações climáticas”, declarou o primeiro-ministro do Reino Unido, país anfitrião da cimeira.

Caso contrário, “todas as promessas terão sido apenas ‘blá blá blá’ e a raiva e a impaciência do mundo serão impossíveis de conter”, alertou, defendendo que a COP26 é o momento para as dezenas de chefes de Estado e governo presentes em Glasgow usarem a sua “criatividade, boa vontade e imaginação”.

A observá-los estão “milhares de milhões de olhos desconfiados, nervosos e desencantados e ainda milhares de milhões de olhos dos que ainda não nasceram”, que olharão para trás “com raiva ainda maior” se a cimeira os desiludir.

Johnson afirmou que a maneira de “desarmar a máquina do apocalipse” é conhecida e inclui acabar com a utilização de carros com motores de combustão interna, acabar com as centrais eléctricas a carvão, travar e reverter a desflorestação e reunir o dinheiro necessário para os países mais pobres poderem fazer o mesmo.