Horas extraordinárias preparam-se
para bater recorde de 2020
A dois meses de o ano terminar, o total acumulado de horas extraordinárias feitas no SNS está quase a ultrapassar o registo recorde do final do ano passado. Entre Janeiro e Setembro, o SNS registou 16.931.811 horas extras, faltando apenas 432.714 horas para que seja batido o valor de 2020. Este ano, o grande pico nas horas extraordinárias foi em Janeiro e Fevereiro, meses em que a pandemia de covid-19 deixou alguns hospitais à beira do colapso. O valor mensal desceu, quando o número de novos casos diários caiu, mas ficou sempre mais alto do que em 2020.
Número de horas extraordinárias ultrapassará o máximo de sempre
Total acumulado
Dias de ausência sobem 22% face ao ano passado
O número de dias de ausência também está em alta, com Setembro, de 2021, a registar mais 22% do que no mesmo período de 2019. Os grandes picos de absentismo aconteceram em Maio de 2020 e Fevereiro de 2021, mas desde então o número de dias de ausência tem-se mantido significativamente mais alto do que no período pré-pandemia. A maioria das faltas registadas este ano foram por doença. Segue-se a protecção na parentalidade (31,5%) e acidente ou doença profissional (6,85%).
Evolução do número total de dias de ausências
Tipos de ausência registados
Em 2021
*Inclui faltas com perda de vencimento, assistência a familiares, falecimento de familiar, faltas injustificadas, faltas por ser trabalhador-estudante, greve, por conta do período de férias, casamento, cumprimento de pena disciplinar bem como outro tipo de ausências
Portugueses voltam às urgências.
Taxa de “falsas urgências” cresce
Indicadores referentes a Portugal Continental
A pandemia de covid-19 traduziu-se num mínimo histórico nas idas às urgências, mas com a maioria da população já completamente vacinada e o país a procurar regressar à normalidade, os portugueses regressaram também às urgências. A 19 de Outubro, a média diária dos últimos sete dias de pessoas a recorrer às urgências era já praticamente igual à que se verificava na mesma data em 2019.
Mas, com este aumento, disparou também a percentagem de utentes com pulseiras verdes e azuis — as chamadas "falsas urgências". Se, entre o final de 2016 e o início da pandemia, os doentes com pulseiras verdes e azuis representavam entre 38% e 41% dos episódios de urgência, entre 13 e 19 de Outubro esta percentagem rondava os 45%.
A maior afluência às urgências hospitalares traduz-se também num aumento do tempo de espera, que tem vindo a crescer nos últimos meses — estando, no entanto, ainda longe dos máximos atingidos nas vagas gripais, que tradicionalmente geram picos no tempo médio de espera nas urgências hospitalares.
Pessoas que recorrem às urgências hospitalares
Média móvel a sete dias do número diário
Taxa de urgências que resultam em internamento
Em % - Média móvel a sete dias
Taxa de utentes com prioridade
verde ou azul
Em % - Média móvel a sete dias
Tempo médio de espera
nas urgências*
Em minutos - Média móvel a sete dias
*Tempo médio de espera entre a triagem e a primeira observação médica
Hospitais operam mais do que nunca
A pandemia de covid-19 resultou também num abrandamento da actividade cirúrgica, com o ano 2020 a registar o valor de cirurgias programadas mais baixo de sempre. A actividade cirúrgica parece estar a recuperar em 2021, ainda que longe de compensar as cirurgias por fazer em 2020. Entre Janeiro e Setembro de 2021, o SNS realizou 453.457 cirurgias programadas — o valor mais alto desde 2013, quando se compara o mesmo intervalo de tempo para cada um dos anos. São mais 2,54% do que em 2019.
Total de cirurgias programadas
Em milhares, entre Janeiro e Setembro dos respectivos anos
Mais consultas hospitalares
(mas menos primeiras consultas)
O número de consultas hospitalares também subiu em 2021. Entre Janeiro e Setembro, o SNS realizou 9,2 milhões de consultas (mais 80.711 do que em igual período de 2019). Este aumento deve-se, no entanto, mais às consultas subsequentes do que às primeiras consultas. O número de primeiras consultas fixou-se nos 2.617.825, menos 20.361 do que aquelas que tinham sido feitas em 2019.
Consultas realizadas no SNS
Em milhões, entre Janeiro e Setembro dos respectivos anos